seg, 2 de dezembro de 2024

Variedades Digital | 23 e 24.11.24

Ovinocultura sustentável: Cabanha M Laneira aposta na produção de lã superfina

Localizada a 51km de Sant’Ana do Livramento, a propriedade rural se dedica à produção de lãs superfinas da raça Merino Australiano

Uma paisagem de encher os olhos, onde centenas de capivaras dividem o mesmo espaço de ovelhas da Raça Merino Australiano que produzem uma das lã mais finas do Brasil e tudo isso dentro de uma propriedade particular na Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã. Há mais de 20 anos, a Cabanha M Laneira, de propriedade de Zeca e Sônia Silveira, vem trabalhando no melhoramento genético com base em experiências aplicadas  no Uruguai para assim conseguir “afinar” cada vez mais a lã produzida em terras santanenses. 

Com base na genética de carneiros do país vizinho e um trabalho criterioso de seleção, hoje, a Cabanha M Laneira é reconhecida como uma das propriedades brasileiras com a lã mais fina do rebanho nacional. Com uma produção anual, por safra, que chega em torno dos 5 mil quilos de lã comercializada diretamente com o Uruguai por intermédio de empresa especializada. “Nós trabalhamos sempre buscando essas linhagens afinadoras, fazendo uma genética com qualidade de lã com objetivo de afinar para acrescentar valores. Com uma genética importada do Uruguai em 2010, de 11 reprodutores e 22 fêmeas, nós também seguimos as orientações da Cabanha “Los Arrayanes”, pois o proprietário trabalha há mais de 30 anos no Secretariado Uruguaio da Lã (SUL)  e conhece muito o mercado internacional. Então, nós seguimos essas orientações. E eles estão com um projeto há anos de produzir uma lã ultrafina, e nós estamos trabalhando neste sentido também, pois hoje a Cabanha M Laneira já tem um produção ultra-fina.

Com um produção com base em campo nativo e animais soltos a pasto, a produção da lã colhida na época da esquila é enviada em amostras para o Secretariado Uruguaio da Lã para análise de micronagem (medida que define a espessura da lã) quanto mais baixo for o valor, mas fina é a lã. Com isso, o produto alcança um mercado superior na hora da comercialização. “A nossa lã é enviada para o Sul e lá ela passa por uma série de análises, como rendimento ao lavado , fator de conforto e residência e todos aqueles itens que agregam valor. Há vários anos o nosso produto é comercializado para o Uruguai através de exportação, mas o nosso grande sonho é poder, quem sabe, trabalhar com o mercado interno e a nossa lã ficar aqui no Brasil, onde poderá ser processada e transformada em peças de altíssima qualidade”.

Sônia destaca ainda que a  propriedade  vem trabalhando para fortalecer a ovinocultura laneira da Capital Nacional da Ovelha, como foco na criação extensiva em campo nativo aliada à preservação do bioma pampa.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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