Com a justificativa de conter gastos, o Governo do Estado anunciou, nesta semana que as instituições de ensino estaduais deverão encerrar a oferta de aulas do Curso Normal no período da noite. Desta forma, os alunos desta modalidade devem ser remanejados para turmas com aulas pela manhã ou à tarde. A notícia foi recebida com muito espanto por parte de professores e alunos da rede.
Em Sant’Ana do Livramento, quem demonstrou contrariedade à decisão do Executivo Estadual foi o Instituto Estadual de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha, representado pela sua diretora Dirce Rubim. “A gente teve uma grande surpresa quando fomos chamados nesta semana na Coordenadoria e recebemos a notícia de que seria trocado o turno de oferecimento do curso, com o edital já aberto, com os alunos já inscritos e o curso em andamento”, comentou.
A diretora ainda completou sua fala destacando o importante papel que o curso cumpre na inserção de pessoas no mercado de trabalho. “A clientela que nós temos é de alunos que já concluíram o ensino médio e, na sua maioria, são trabalhadores e veem nesse curso uma oportunidade de formação. São alunos que somam ao grupo de professores do município. […] A gente sendo de um município tão pobre, com poucas oportunidades de emprego para a população, eles veem no Curso Normal aproveitamento de estudos uma saída”.
Da mesma forma, repudiando a decisão do Estado, a Diretora Geral do CPERS Sindicato, Adriana de Leon, também se manifestou. “Nós não podemos, nesse momento, permitir que sejam fechados turnos. Além da comunidade perder, perdem também os servidores públicos. Muitos irão perder o seu emprego em meio a uma pandemia que está aí, é mais crise para o Estado”.
A sindicalista disse que a baixa procura por vagas não pode ser uma das razões utilizadas para justificar as alterações. “Aqui no Liberato nós já tivemos a inscrição de mais de 40 alunos para o primeiro ano do Curso Normal noturno. Conversando com a diretora, ela nos disse que a escola não tem nem espaço físico para acomodar os alunos do noturno à tarde. Aqueles alunos que estão indo para escola à noite, é porque certamente eles precisam desse horário”.
Adriana falou também de como o Curso Normal é uma oportunidade para as pessoas. “Essas pessoas estão trabalhando, muitas vezes no comércio, então elas precisam desse curso noturno. Aí o Governo diz que não estão encerrando, apenas trocando de turno. Mas e aqueles que já estão organizados, já estão cursando o segundo, terceiro ano? Como é que o governo vai garantir? Ou seja, tu exclui essas pessoas, tu tira a oportunidade dessas pessoas de terem uma formação”. Encerrando a sua fala, a Diretora ressaltou que o CPERS vai trabalhar para reverter a decisão. “Nós vamos ir até às últimas instâncias para tentar reverter essa situação. […] Nós já encaminhamos para o jurídico do sindicato, vamos até o Ministério Público, nós temos agenda em Porto Alegre junto com a Comissão de Educação aqui da Câmara de Vereadores. […] Nós não vamos deixar mais uma vez o Governo passar de patrola por cima dos trabalhadores e principalmente dos cidadãos e daqueles alunos mais carentes que necessitam da escola pública”, finalizou.
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