Há poucos dias, a Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento retomou a realização de cirurgias eletivas, isto é, aquelas que não possuem caráter de urgência. A decisão de suspender essas operações surgiu da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) há cerca de um mês por conta do desabastecimento de medicamentos sedativos e anestésicos no Brasil.
O hospital chegou a ter apenas 50 ampolas em estoque, o que, segundo o secretário da saúde, Eder Fialho, é um número bastante baixo. Tanto que, à essa altura, foi anunciada a suspensão dos procedimentos e os medicamentos que ainda restavam foram estocados e preservados para serem usados apenas em casos de urgência, como acidentes de trânsito, por exemplo.
Após o comunicado de suspensão de cirurgia por diversas entidades do Rio Grande do Sul ao Executivo Estadual, a saída encontrada pelo governo Leite foi comprar no Uruguai os medicamentos que estavam em falta. Ainda em julho, uma carga com mais de 40 mil medicamentos chegou ao Estado através do Porto Seco de Jaguarão, que foi transportada até Porto Alegre em caminhões do Exército Brasileiro.
A compra ocorreu de forma relativamente ágil e um dos motivos foi a assinatura do acordo de cooperação binacional entre Brasil e Uruguai, firmado ainda em junho para o combate ao novo Coronavírus. Além da compra, a distribuição também ficou a cargo da Secretaria da Saúde (SES RS), que utilizou a demanda de cada hospital como critério. Em sua fala, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, disse que a operação não é comum, mas era a melhor solução para o momento. “Mesmo que a compra de medicamentos seja de responsabilidade dos hospitais, durante a pandemia do Coronavírus, essa compra internacional de emergência foi muito necessária”.
Pelas dimensões do município e também pela sua demanda, Livramento não pôde completar o seu estoque, mas, de acordo com Fialho, recebeu o suficiente. “Os anestésicos não vieram em grande quantidade, mas chegaram bastante, vai nos dar um fôlego”, avaliou. Entretanto, a situação não parece estar estabilizada. Com a questão dos sedativos momentaneamente resolvida, a pandemia provocou mais outro problema.
Atualmente a Santa Casa conta apenas com um profissional de seu corpo médico à disposição, o que deve diminuir o fluxo das cirurgias eletivas por, pelo menos, duas semanas. O motivo é o afastamento dos demais profissionais por terem testado positivo para a Covid-19. Ainda segundo o secretário, o momento é de alerta máximo, justamente para preservar o profissional que atuará sozinho nos próximos dias.


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