A semana foi marcada para o Estado Rio Grande do Sul por uma conquista histórica para o setor da pecuária, quando na terça-feira dia 11 de agosto a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assinou a Instrução Normativa (IN) 52 reconhecendo o Estado como zona livre de febre aftosa, sem vacinação. A mudança passa a vigorar em 1º de setembro. A partir do reconhecimento pelo Ministério, a Secretaria comunica a mudança para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que concede a certificação da evolução do status sanitário, abrindo portas para mercados não acessados pelos criadores gaúchos como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (carne com osso) e Canadá. No setor dos suínos, a expectativa é de que haja um incremento nas exportações na ordem de R$ 600 milhões anuais
Posição do Sindicato de Livramento foi contrária
O Sindicato e Associação Rural de Sant’Ana do Livramento, com apoio dos núcleos de criadores do município, votou pela continuidade da vacina como explica o presidente da entidade Luiz Carlos D’Auria Nunes. “Essa decisão, após várias conversas com os representes dos núcleos, pois se via com muita apreensão o projeto da retirada da vacina, neste momento aonde a pecuária estava tomando seus preços gradativamente bons, e este ano teve uma rentabilidade bastante melhorada para os produtores em nível de pecuária. O que acontece é que existe é uma insegurança que se tem sobre a retirada da vacina para que não venha surgir um novo foco de aftosa no estado, não está claro, por exemplo, sobre as indenizações para os produtores de genética em caso de surgimento de um foco” disse.
Segundo D’Auria, a votação entre os sindicatos aconteceu no dia 11 de agosto quando a FARSUL realizou uma reunião com todos os presidentes cuja maioria acabou votando pela retirada da vacinação, com ressalva dos municípios detentores dos maiores rebanhos de bovinos do estado que foram contrários à decisão. “Nós, por exemplo, segundo dados da inspetoria de defesa agropecuária temos 519 mil 216 bovinos em nosso rebanho, então estes municípios conjuntamente foram contrários à retirada da vacina, que são eles: Rio Grande, Pelotas, Bagé, Candiota, Santa Maria, Rosário do Sul, Dom Pedrito, Livramento, Quaraí, São Borja e Itaqui. Enfim, todos da metade sul, que são a expressão da bovinocultura, são contrários”.
Entre os motivos alegados pelos municípios contrários, estão: a grande área de fronteira seca que é uma zona vulnerável por conta dos seus mais de 200 km; o avanço do javali nos campos da região, pois ele é um animal transmissor direto do vírus da aftosa; além de outros. “Esses são alguns pontos que nos deixam temerosos porque a pecuária está andando muito bem. Outra questão é que as Inspetorias têm falta de recursos humanos para uma fiscalização mais acentuada. Tudo isso nos preocupa. Mas daqui para a frente vamos torcer para que tudo se vá bem e que o agronegócio siga crescendo”, diz D’Auria.
Presidente da Assembleia comemora conquista
Polo, que coordenou a Frente Parlamentar em Apoio à Evolução do Status Sanitário Animal do Rio Grande do Sul na Assembleia Legislativa, agradeceu o empenho da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do governador Eduardo Leite (PSDB), e do atual secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, destacando a participação fundamental do Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal), presidido por Rogério Kerber, entidades, associações, federações e de todos que atuaram em consenso para o avanço do status sanitário.