O Governo do Estado divulgou, nessa semana, a intenção de retornar com as aulas presenciais da rede estadual. Foi sugerido o retorno de modo gradual das escolas públicas e privadas, reiniciando a partir de 31 de agosto com as turmas de Educação Infantil. Depois, recomeçariam as aulas do Ensino Superior, em 14 de setembro, dos ensinos médio e técnico, em 21 de setembro, dos anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro, e dos anos iniciais, em 8 de outubro. No entanto, pela proposta do governo, as aulas presenciais recomeçariam somente nas regiões que estiverem em bandeiras amarela ou laranja. A decisão do retorno é dos prefeitos.
Em conversa com algumas diretoras da rede estadual e municipal, a resposta foi unânime, o momento, segundo elas, não é o adequado. Maria Elaine, diretora da Escola Saldanha Marinho, destacou a falta de condições para seguir as normas: “Sou contra a abertura das aulas. Não temos condições de trabalhar com as normas previstas, escola sem receitas, sem condições. A maioria dos professores da escola é contra este retorno”, conta.
Daniela Torres, diretora da Escola Doutor Élbio, diz que falta responsabilidade neste anúncio de retorno às aulas: “Quanto ao retorno das aulas, infelizmente, não estamos preparados estruturalmente para isso. Pois, de acordo com o plano de prevenção preenchido pelas escolas são inúmeras as ações a serem tomadas e algumas dependem de verbas e outras de pessoal para que esse retorno seja feito com todos os cuidados necessários. As verbas existentes são, na maioria das vezes, insuficientes para comprar e adequar as dependências da escola. Na parte de higienização, temos uma carência de funcionários para que esse processo de higienização seja realizado de acordo com protocolos. Sendo assim, acredito que este retorno, nesse momento não seria um ato de responsabilidade e segurança quanto à vida e saúde de nossos alunos e professores. Porém, caso esse retorno seja realmente realizado de acordo com as últimas notícias, esperamos que exista também um plano de suporte do governo para as adequações das nossas escolas”, comenta.
Clarilaine Ribeiro, diretora da Escola Olavo Bilac, destacou a falta de funcionários e colaboradores do grupo de risco: “Ainda não temos estrutura e nem recursos humanos para receber alunos, professores e funcionários. Os dois funcionários que temos são do grupo de risco, acima de 60 anos”, disse.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as crianças são vetores em potencial do novo Coronavírus, podendo se contaminar, não ter sintomas e contaminar as demais pessoas do seu ciclo familiar.