ter, 15 de outubro de 2024

Variedades Digital | 12 e 13.10.24

Denúncia de Caixa 2 nas eleições 2018 causa discussão entre Melado e Doze

(Foto: Arquivo-Fabian Ribeiro/AP)

Vereador lembrou na tribuna que Ico e o recém filiado ao PSL estavam no gabinete do deputado que virou réu no caso

Depois da informação que o deputado Nereu Crispim (PSL) se tornou réu em ação de impugnação de mandato eletivo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral, após um imbróglio que ganhou impulso a partir de registros feitos pelo candidato a deputado não eleito de Livramento, Julio Cesar Doze (PSL), o tema gerou discussão na política santanense.
Crispim e Doze fizeram acordo de dobradinha, porém recursos que teriam sido transferidos de Crispim para Doze seria de caixa 2. No início de dezembro, foi criado um grupo de WhatsApp com o nome “Deputados não eleitos PSL”. O objetivo seria a “troca de informações”. Em 12 de dezembro de 2018, um dia depois de ser adicionado ao grupo, Doze, escreveu uma longa carta: “Fato é que recebi recursos, tenho todos os comprovantes de depósitos e transferências, tudo caixa 2. (…). Vou expor tudo isso, não vou ficar nesse calote eleitoral”, escreveu Doze. As informações são do portal de GaúchaZH.
Na Câmara de Vereadores o tema teve reverberação. O vereador Lídio Mendes – Melado (PTB) lembrou que Doze estava na semana anterior com o deputado Crispim em uma reunião, na presença do prefeito Ico Charopen. A foto foi publicada pelo Jornal A Plateia. “E o Melado é o louco, não acredito no que aconteceu. O assessor já denunciou o patrão. Ele recebeu o dinheiro da caixa 2, sem vergonha!”, afirmou o vereado Melado.
Em entrevista à Rádio RCC FM, Doze se defendeu e atacou. “A minha diferença para o senhor é que eu lhe vi preso e algemado. O senhor (vereador Melado) tem que se preocupar para a Polícia Federal e para a comunidade santanense, os repasses que o senhor teve na sua conta por empresários. O senhor alega que vendeu uma chácara e que emprestou. Eu não sou réu em nenhuma ação. O senhor é que é um sem vergonha, que até hoje não abriu nenhuma CPI do transporte escolar, para apurar as irregularidades que até hoje permanecem. Todos os vereadores são coniventes com essa situação”, afirmou Doze.
Doze disse que esteve em Brasília com o prefeito e deputado Nereu Crispim, tentando ajudar Sant’Ana do Livramento. Em determinado momento usou palavras de baixo calão para se referir aos vereadores e os chamou de fofoqueiros. “Resolvam os problemas da cidade, a quantidade de buracos que tem essa cidade, deveriam trabalhar, não honram os seus salários, ficam fazendo fofoca e tomando chimarrão na Câmara de Vereadores”, argumentou.
A reportagem de Zero Hora destaca que no dia 20 de dezembro de 2018 Doze foi ao 4º Tabelionato de Pelotas para reconhecer sua assinatura em uma declaração por escrito de seis páginas. No texto, ele relata que Crispim lhe prometeu investimento de R$ 33 mil na campanha. O deputado federal teria passado menos dinheiro do que o prometido e, quando fazia os depósitos, não utilizava a conta oficial de campanha de Doze, conforme manda a lei. Atualmente, Doze contesta as informações que ele mesmo escreveu.
Doze relatou que foi coagido a assinar o documento. “Eu fui atraído até Pelotas pelo senhor Marco Marchan, dizendo que queria me ajudar a resolver os meus problemas eleitorais. Ele me apresentou um advogado redigiu um documento e me levaram até o cartório e me disseram para eu assinar. Um funcionário pediu para falar em particular comigo, porque percebeu a movimentação estranha. Em particular eu disse, olha, querem que eu assine um documento que eu não tenho nem como provar essas afirmações. Ele me disse: – tem uma porta aqui nos fundos, eu abro e tu sai, porque parece que eles vão te matar. O local onde nós estávamos foi invadido por esses dois homens que disseram para que eu assinasse o documento”, contou.
Doze disse que saiu da reunião e foi para Porto Alegre, onde participou de uma reunião com a Executiva Estadual e contou o que tinha acontecido.
Melado também falou nos microfones da RCC FM e disse que estava comentando o que havia escutado e lido nos jornais. “Não sou eu que estou dizendo isso, eu só estou comentando a reportagem que está em todos os jornais. Eu tenho certeza que eu não devo nada para justiça. Como é bom um dia após o outro, eu vou provar que eu não tenho nada a ver com a Laranja Mecânica. O que o Doze está contando é a mesma história que aconteceu comigo. Quando ele disse que o Ico e o Enrique Civeira tinham o coagido a dar um depoimento contra mim. Temos que chamar ele para ser escritor, porque ele teve que ser levado forçado para assinar esse documento”, argumentou.

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