dom, 5 de outubro de 2025

Variedades Digital | 04 e 05.10.25

A Fonoaudióloga Ingrede Pessoa aborda o assunto:

Brincar é importante para o desenvolvimento da fala?

O interesse das crianças muda conforme a idade, sempre relacionado às necessidades neurais e ao amadurecimento neurocognitivo que elas apresentam.

Vamos pensar em uma criança de três meses: ela ainda não verbaliza, mas adora brinquedos coloridos e musicais. Isso acontece porque está descobrindo os sons, etapa essencial para o próximo passo: o balbucio. Quando o bebê brinca com a voz, surgem os primeiros “gugu”, “mama” e outros sons semelhantes, ainda sem intenção comunicativa. Se a audição está normal, esse bebê logo começa a emitir gritos e risadas, porque está se divertindo com os sons.

Em uma fase posterior, por volta de um ano, a necessidade é motora: a criança quer explorar o toque, firmar os pés e dar os primeiros passos. Brincadeiras de jogar e pegar objetos são diversão garantida.

Aos dois anos, chega, sem dúvidas, o ano da fala. A criança já possui vocabulário e deseja conversar sobre tudo, mesmo que ainda falte algum fonema. É nessa fase que a música ganha destaque. Cantigas e músicas infantis, com ritmo e repetições, ensinam muito e ajudam a fortalecer a produção dos sons.

Como fonoaudióloga, destaco que trago este assunto principalmente pelo olhar voltado ao desenvolvimento da linguagem. No entanto, brincar envolve muito mais: estimula habilidades motoras, favorece a socialização, integra o sistema psicomotor e contribui em vários outros aspectos.

Outro ponto importante é que o brincar libera hormônios fundamentais para o amadurecimento e desenvolvimento da identidade da criança. A adrenalina e a serotonina, liberadas durante as atividades, a tornam mais feliz, ativa e engajada com outras crianças, além de mostrar que a atividade realizada é algo prazeroso.

Por isso, é essencial deixar o telefone de lado e sentar-se no tapete para brincar com a criança.

No consultório, o lúdico é indispensável para tornar o processo de aprendizado mais interessante. Brincamos de fazer bolhas de sabão para fortalecer os músculos da face, de estalar a língua (imitando o som de cavalo) para trabalhar a força da língua e também de identificar palavras que começam com determinado som, como o “X”, estimulando a percepção fonética.

Sim, amamos brincar na terapia — e é isso que torna nosso trabalho prazeroso e garante o sucesso terapêutico.

Brinque mais!

Fonoaudióloga Ingrede Pessoa da Silva
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