sáb, 20 de setembro de 2025

Variedades Digital | 20 e 21.09.25

Rogério Ávila

A Música, a Tradição e a Família no Orgulho Gaúcho

O Rio Grande do Sul é um estado onde as tradições não se perdem no tempo, mas são passadas de geração em geração, mantendo vivas as raízes do povo gaúcho. Nesse contexto, Rogério Ávila se destaca como um dos grandes nomes da música tradicionalista.

Ao longo da sua carreira, o compositor, poeta e letrista conquistou admiradores com suas músicas que celebram a vida rural e o espírito do Rio Grande do Sul. Em sua trajetória, Ávila soube integrar o amor pela música com a vida de pecuarista na região de Sant’Ana do Livramento, na fronteira entre Brasil e Uruguai, onde mantém a tradicional Cabanha Yvituhatã. Para ele, a convivência diária com o campo e os animais é a base de sua inspiração e é nessa conexão que surgem as composições.

Comecei a escrever muito cedo, devia ter lá uns 10, 12 anos, no colégio… Fazia parte da língua portuguesa escrever. Então, comecei assim, com um livro de poesia e um de prosa. E depois, ali com uns 13, 14 anos, já comecei a fazer música gaúcha, meus primeiros versos”, conta Ávila.

A ideia de viver e trabalhar em uma região com tanta história e tradição como Livramento é, para ele, um privilégio. A rotina nas estâncias tem um papel central em sua composição. “A ligação do campo com a minha composição, ela é vital. Eu me considero um escritor contemporâneo, eu não escrevo sobre Revolução Farroupilha, eu falo sobre coisas do campo que existem hoje, o que realmente é visto na campanha é o que vai para os meus versos” completa.

 O Desfile de Éguas Entabladas

 Um dos momentos mais aguardados da Semana Farroupilha é o desfile de éguas crioulas entabladas, que Ávila organiza todos os anos no dia 20 de setembro, dentro do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos. A tropilha é apresentada e colocada em forma por Rogério, acompanhado pela família, em frente ao palanque de autoridades.

 Essa tradição remonta às antigas estâncias, quando o trabalho com os animais exigia um conhecimento profundo do campo e dos costumes de quem o habitava. Essas éguas, treinadas para o trabalho nas estâncias, são colocadas em linha, e o campeiro escolhe, pela sua experiência e pelo som da campanha, qual será a égua a ser encilhada naquele dia.

 Esse ato, que ocorre no silêncio da madrugada e na escuridão do campo, é uma herança do tempo antigo e é carregado de simbolismo. Pois, antigamente, ainda escuro, os homens identificavam as éguas pela madrinha da tropilha.

 Geração Após Geração

 A preservação da tradição não fica restrita a Rogério Ávila. Em seus desfiles de 20 de setembro, ele tem o orgulho de ver a turma reunida com sua filha Manoela, seu genro, Guilherme e até seu neto, Inácio, de 8 anos, participando ativamente. Para ele, essa transmissão de conhecimento e valores é o maior legado que pode deixar.

 “Este ano mesmo, quem vai trazer a tropilha entablada é o Inácio. É uma tropilha de égua picaça, que eu dei pra ele há sete anos, quando ele tinha um ano. Coloquei umas 14, 15 potras picaças na mangueira e entreguei pra ele de presente.”

 O legado

Para Ávila, a verdadeira tradição não é apenas um símbolo do passado, mas uma continuação viva daquilo que é essencial para a identidade do gaúcho. Ele reconhece que sua arte, suas composições e até mesmo o trabalho na cabanha Yvituhatã são formas de manter o legado da cultura gaúcha intacta. “É um orgulho ver os mais jovens envolvidos. Os guris todos trabalham nas estâncias, já têm suas responsabilidades, já têm suas posses. Hoje, eu estou me retirando, cada vez mais, e são eles que estão tocando os trabalhos. Sempre desejei que essa transição acontecesse comigo presente e não fosse uma transição de velório”, finaliza Rogério Ávila.

 

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