dom, 10 de agosto de 2025

Variedades Digital | 09 e 10.08.25

O legado veterinário que passou de pai para filha

Do campo ao coração

Desde pequena, Vitória Castro vive cercada pela vida no campo. A lida rural, os animais e os ensinamentos passados de geração em geração não apenas marcaram sua infância, mas também definiram seu futuro. Hoje, no 10º semestre de Medicina Veterinária no Centro Universitário da Região da Campanha, em Alegrete, ela se prepara para realizar o sonho de se tornar colega de profissão do pai, Miguel Castro, médico veterinário respeitado e admirado na região.

“Eu nunca pensei em fazer outra coisa. A veterinária sempre foi minha primeira e única escolha. Sempre fui apaixonada por bichos e sempre tive meu pai como exemplo”, conta. Crescida entre pastagens, Vitória lembra com carinho dos desafios da rotina no campo. “Tem dias que está frio, chove, e tu tem que ir. Tem ovelha e vaca parindo. Nada é mais gratificante do que ver teu trabalho reconhecido.”

Antes mesmo da faculdade, o pai já lhe ensinava castração de equinos e diagnóstico de gestação por toque, lições que a teoria não alcança. “Têm coisas que a faculdade não ensina. Se tu não tiver vivência, o mercado te cobra. E eu sempre soube de onde vem esse conhecimento.”

Pai e filha compartilham o dia a dia da profissão. Juntos, realizam tarefas como dosificação da manada, descole e castração de cordeiros e potrilhos e mais. “Desde que me conheço por gente, a gente faz isso juntos. Aproveitava férias, feriados, qualquer tempo para estar lá fora com ele.”

Ela também leva para a vida os ensinamentos mais sutis: “Meu pai sempre dizia que, quando a gente chega numa estância, tem que andar com os mais antigos, é ali que está o conhecimento.” Foi com ele que ela aprendeu a observar o comportamento dos animais, a encilhar um cavalo, a perceber se uma ovelha está doente. E nunca esqueceu a frase que carrega até hoje: “Tu não precisa fazer, mas tem que saber como se faz pra saber se está bem feito por quem fizer pra ti.”

Ser futura colega do pai é motivo de orgulho. “Desde pequena eu dizia que queria ser veterinária como ele. Quem me dera ser metade do profissional que ele é.” Miguel foi professor em instituições como a PUC, URCAMP e o Instituto Federal de Alegrete. “Aprendo muito com ele. A gente conversa, debate tratamento, discute procedimentos. Isso nos aproximou ainda mais.”

Vitória quer seguir a mesma trajetória. “Preciso do campo, é essencial pra mim. Estar com os bichos, andar a cavalo, viver isso é minha terapia. Quero seguir aprendendo com meu pai e continuar o trabalho que ele construiu.”

E conclui: “O maior presente que meu pai me dá é ele mesmo. A saúde dele, a vida dele. Agradeço a Deus por ele ser quem é: o homem mais trabalhador e inteligente que eu conheço. Tudo o que sei no campo é graças a ele. Tenho orgulho da criação que recebi, dos princípios que ele nos passou. Não é uma pessoa fácil, como ninguém é,  mas é o meu pai, e sou imensamente grata por isso.”

 

 

Incêndio em residência na rua Clemente Tanajura Guimarães tira a vida de senhora

Um incêndio de grandes proporções atingiu uma residência na Rua Clemente Tanajura Guimarães 106, no início da manhã deste domingo, resultando na morte de uma senhora que residia no local. De acordo com informações preliminares, a causa do incêndio pode ter sido um aquecedor no quarto da vítima. Vizinhos da área relataram que perceberam a fumaça e o barulho do