Olá! Sou Raisi Lenz, mãe da Camila, uma fofurinha de 3 anos e 6 meses que tem um talento nato para me acordar antes do despertador. Acordo bem cedo, muitas vezes antes do que gostaria, pois ela vem para nossa cama pedir o “mamá”. Às vezes, sou acordada com beijos, outras com choros, ou até mesmo com cutucões,sua forma de me chamar à realidade. Levanto e preparo nosso café da manhã, um momento pelo qual me sinto privilegiada, por ter tempo para desfrutar ao lado da minha filha.
Durante o café, o celular já começa a tocar, indicando a chegada dos e-mails de trabalho. É aí que começo a me dividir entre cuidar da Camila, da casa e não deixar nenhuma mensagem importante sem resposta. Assim começa o meu dia!
Minha vida mudou completamente com a chegada da Camila. Tenho hora para acordar, mas nunca sei quando vou conseguir dormir. Aproveito a noite, depois de realizar a rotina do sono dela, para retomar as tarefas pendentes do trabalho que não consegui concluir durante o dia. Nem sempre consigo! Confesso que, às vezes, adormeço por volta das 20h, enquanto tento fazê-la dormir. Já aconteceu de eu dormir antes dela, vencida pelo cansaço. Talvez ela até tenha me feito dormir algumas vezes.
Por sorte, Camila conta com um pai presente, que divide comigo os cuidados. O papai prepara desde o banho até a jantinha que ela adora. E, mesmo que ela insista em dormir com a mamãe, sempre que necessário, ele assume a rotina do sono.
Nossa rede de apoio é paga. Contamos com uma creche com professoras maravilhosas e horário flexível. Sempre que a vovó pode, vem dar uma mão por aqui também. Porém, Santa Maria é longe e isso acaba sendo um obstáculo para que ela esteja mais presente.
Inúmeras vezes levamos a Camila junto para que eu pudesse participar de eventos de trabalho, congressos e palestras. Perdi as contas de quantas vezes pensei em pedir redução de carga horária ou até mesmo trancar a faculdade de Engenharia, que curso em outra cidade e que exige horas de viagem e dedicação aos estudos.
A cada vez que penso que não vou conseguir mais, chegam as férias. Recarrego as energias, curto minha filha, e sigo em frente. Afinal, minha grande motivação é ela. Hoje, talvez não faça diferença para a Camila se a mãe tem mais um título de graduação. Mas, lá na frente, pode ser uma inspiração. Quando ela estiver desanimada ou confusa sobre sua trajetória profissional, poderá lembrar-se de todo o esforço que fiz para concluir um sonho — e que ela fez parte disso. Afinal, me acompanha em todas as viagens e tem sido minha grande parceira.
Talvez essa seja a mensagem que quero deixar para ela: todo esforço vale a pena. Nem sempre o caminho será fácil — e, muitas vezes, não é mesmo.
Tenho um contrato de trabalho de 60 horas, curso Engenharia, atuo em projetos de pesquisa, sou docente em várias disciplinas, montei laboratórios… e, além disso, sou esposa, cuido da casa. Então, nem sempre as roupas da Camila estão como eu gostaria, nem os cabelos, nem os sapatos — e muito menos consigo mandar o melhor lanche para a escola. Mas faço tudo que posso. E, sempre que possível, cuido de mim também. Sei que, se estou bem, posso ser ainda melhor para ela.
Talvez o Dia das Mães seja sobre isso: refletir sobre estar bem consigo mesma para cuidar melhor do outro. Correr atrás dos próprios sonhos para não se sentir frustrada. Sentir-se bem e feliz para transmitir isso aos filhos.
Feliz Dia das Mães!
Texto escrito por: Raisi Lenz