O DIA MAIS IMPORTANTE DO ANO
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
Reclamar é o esporte nacional mais conhecido e antigo do Brasil. A este hábito segue-se a terceirização da culpa para tudo de ruim que acontece no país. A omissão é um traço comum do caldo cultural verde-amarelo. Se um produto está caro, mete-se o pau nas redes sociais. Fazer boicote ou trocar de marca? Nem pensar!
Este comportamento se intensifica a cada dois anos, período que separa eleições municipais das, estaduais e federais. Domingo teremos a mais preciosa oportunidade de influenciar na melhoria de nosso cotidiano. Prefeito e vereadores têm o poder de transformar a realidade local.
Infelizmente, sob o pretexto de que “político é tudo igual, ladrão e corrupto”, parcela significativa do eleitorado se omite ou vota por obrigação no primeiro nome que vem à cabeça. Ou aquele que está no folheto recebido a poucos metros da sessão eleitoral.
É fácil culpar quem procede desta maneira, mas é algo muito comum. Na última eleição municipal, oito amigos – todos com curso superior – me ligaram a caminho das urnas.
– Tu, que gosta de política e já trabalhou nisso… indica um um nome de candidato a vereador para me indicar!
Este era o pedido. Confesso meu desapontamento por achar que eram pessoas minimamente informadas para o que, na minha opinião, é um ato que transcende a obrigatoriedade: o voto.
Muitos defendem que o voto seja facultativo. Mas aí eu pergunto: a cada pleito, cresce o percentual dos que se ausentam das urnas. Se o voto não fosse obrigatório quantos votariam? E quantos exigiram favores, cesta básica ou emprego para os filhos para ir à sessão eleitoral?
Dia 6 é um dia decisivo. À exceção dos grandes centros urbanos, os eleitores conhecem a vida pregressa dos candidatos. Sabem da trajetória dos pretendentes, se foram empreendedores, se tiveram sucesso profissional, se têm ética, correção e decência na prática e não só nos folhetos, vídeos e banners. Em cidades grandes, com a onipresença da internet, também é possível vasculhar a biografia dos candidatos para saber quem são de verdade.
Longe de ser uma obrigação chata que por vezes exige paciência para encarar uma fila, votar é um gesto de amor e cidadania. É prova de compromisso com nosso município, amigos e familiares.