qui, 3 de outubro de 2024

Variedades Digital | 28 e 29.09.24

Morning Express

Foto: Cedida

Edição de Chico Bruno

Manchetes dos jornais

Valor Econômico – Para líderes, empresas têm de atuar para mitigar efeitos da emergência climática

O ESTADO DE S.PAULO – Mercado crê em alta de 025 ponto na Selic em reunião do Copom

O GLOBO – Seca e fogo ameaçam safra de 2025 e exportações à Europa

FOLHA DE S.PAULO – Presídios de 25 estados registram atuam de PCC e Comando Vermelho

CORREIO BRAZILIENSE – Incêndio no Parque Nacional é investigado. Lula reúne Poderes

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

Emergência climática – O enfrentamento das mudanças climáticas, cujos efeitos nos negócios e na economia são cada vez mais visíveis, é uma preocupação crescente entre as maiores companhias do país, segundo líderes empresariais que participaram na noite de ontem da premiação do Valor 1000. As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, a seca e as queimadas que devastam grandes áreas do país foram exemplos citados pelos executivos da força dos impactos ambientais para os negócios e para toda a sociedade. Para eles, as companhias devem ser agentes de mudança e contribuir de forma sólida para a reversão desse quadro. Nas empresas premiadas, a agenda ESG (práticas ambientais, sociais e de governança) faz parte da estratégia do negócio. As ações variam de acordo com a atuação de cada uma e vão de investimentos, muitas vezes bilionários, em energia limpa ao desenvolvimento de produtos com matérias-primas de origem renovável, reciclagem de materiais e estímulo para que fornecedores e consumidores façam parte do processo. O evento, realizado no hotel Unique, em São Paulo, premiou 28 empresas, campeãs em seus setores. As vencedoras são classificadas a partir de seus balanços e de suas práticas ESG. Neste ano, o grande vencedor é o Itaú Unibanco, líder no setor de bancos e ‘Empresa de Valor’.

Aposta – A maior parte do mercado já espera que o Banco Central eleve a Selic em 0,25 ponto percentual na 4ª feira (18.set.2024). De 12 agentes consultados, 10 apostam no aumento da taxa básica de juros. Seria a primeira alta desde agosto de 2022 –em mais de 2 anos. A autoridade monetária já havia indicado uma possível alta na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de julho. O documento dizia que o órgão “não hesitará” em aumentar os juros, se necessário. Apesar disso, não houve um comprometimento com a indicação de qual seria o cenário futuro. O Banco Central afirmou na ocasião que elevaria as taxas caso a inflação ficasse fora do controle. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) recuou 0,02% em agosto, ou seja, houve uma queda nos preços. Apesar disso, alguns fatores estão na mira do Copom: câmbio, economia aquecida e política fiscal.

Ameaça a economia – Os impactos econômicos da seca e queimadas preocupam membros do governo e do setor privado no agro, em um momento em que a Europa passará a adotar, em janeiro, regras mais réigidas para a importação de produtos agropecuários. O veto à compra de produtos de áreas desmatadas já leva uma estimativa de queda de um terço nas exportações do Brasil para o bloco europeu (perda em torno de US$ 15 bilhões) com carne, café e soja entre os mais atingidos.

Crime presente – As facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) conseguiram expandir a presença no sistema prisional, agora atuando em 25 unidades da federação. Esses dados constam no Relatório do Mapa de Orcrim (Organizações Criminosas) 2024, elaborado pelo Ministério da Justiça. As informações mostram as facções que atuam dentro do sistema prisional estadual. O estudo revela que o Comando Vermelho está em 22 unidades da federação —no ano passado eram 21. O PCC, por sua vez, passou a estar presente em 24 estados, um aumento em relação aos 23 estados observados em 2023. Presos e egressos apontam que o recrutamento de novos integrantes pelas facções é constante. No país, há um déficit de mais de 162 mil vagas nos presídios estaduais, que reúnem 644 mil presos. Sétimo país em número de habitantes, o Brasil tem a 3ª maior população carcerária do mundo.

No afogadilho – Mais de 400 bombeiros avançaram a madrugada desta terça-feira combatendo as chamas no Parque Nacional de Brasília. São 1,5 mil homens e mulheres mobilizados contra o incêndio que desde domingo destruiu 700 hectares da reserva e provocou nuvens de fumaça que cobriram parte da Asa Norte — UnB e escolas públicas suspenderam as atividades. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o que provocou as chamas. Há indícios de ação criminosa. “Não teve nuvens aqui, e a única forma de incêndio natural é por ignição de raio, o que também não ocorreu”, destacou João Paulo Morita, do ICMBio. Sob pressão diante da repercussão dos incêndios no país, o presidente Lula pediu um encontro, hoje, com os chefes do Legislativo, senador Rodrigo Pacheco e deputado Arthur Lira, e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para discutir medidas emergenciais.

Tribunais eleitorais em alerta após cadeirada – A cadeirada que José Luiz Datena (PSDB) deu em Pablo Marçal (PRTB), no debate da TV Cultura entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, na noite de domingo, levou o Tribunal Superior Eleitoral a apressar uma reunião com os tribunais regionais eleitorais (TREs), que estava marcada, para tentar coibir episódios de violência na campanha municipal. O TSE tem coletado relatos de confrontos entre postulantes às prefeituras e às câmaras de vereadores, alguns envolvendo até mesmo agressão armada — como aconteceu, também no domingo, no comício do candidato do PT à Prefeitura de Bagé (RS), Luiz Fernando Mainardi, que foi dispersado a bala. Em Belo Horizonte, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, destacou que a violência no período eleitoral brasileiro é histórica, mas tem se intensificado. “Temos visto cenas e cenários de agressão, de falta de comunicação. Mas isso tudo somos nós, nós é que fazemos que haja mais ou menos democracia nos nossos espaços. Nós construímos isso”, lamentou.

Avanço nas redes sociais – Pouco depois de desistir de continuar participando do debate na TV Cultura, Pablo Marçal postou nas suas rede sociais uma vídeo no qual é visto deitado na cama de uma ambulância, sendo removido ao hospital Sírio-Libanês. Chama a atenção que ele esteja tomando oxigênio, como se estivesse com falta de ar. Até então, as informações da campanha do candidato do PRTB davam conta de que a cadeirada desferida por José Luiz Datena havia fraturado algumas costelas do influenciador digital. Porém, horas depois, um comunicado do próprio hospital afirma que Marçal teve um traumatismo na região do tórax, à direita, e no punho direito. Enquanto esteve internado — chama atenção nas imagens que ele utiliza uma pulseira de cor verde, que são para os casos sem gravidade —, Marçal fez live pelas redes sociais que mantêm. E engordou expressivamente o número de seguidores a partir daí, mas para Eduardo Grin, especialista em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marçal parece ter buscado criar um episódio que chamasse a atenção da mídia. “A intenção era gerar um fato político que o colocasse como vítima, especialmente porque estava perdendo espaço nas pesquisas”, lembra. Flavia Biroli, professora de Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB), acredita que Marçal sempre ganha com a visibilidade, mesmo que o público a perceba como negativa. “Ele aposta nas redes, procura se fazer ver independentemente da capacidade política e das propostas que tem”, explica.

Poucas chances de candidatura ser cassada – Ao deixar ontem de manhã o hospital Sírio-Libanês, onde passou a noite em observação por causa da cadeirada que levou, Pablo Marçal afirmou que pediria a cassação da candidatura de José Luiz Datena. Essa possibilidade, porém, é considerada remota por especialistas ouvidos pelo Correio. “Ele (Datena) pode sofrer algum tipo de punição, seja de natureza cível — por exemplo: uma multa —, seja de natureza penal — por exemplo, se a agressão for considerada como injúria mediante violência, que tenha chegado às vias de fato, conforme art. 326, parágrafo 2º do Código Eleitoral”, explica Bruno Andrade, coordenador-geral adjunto da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).

Imagem é tudo – Enquanto Pablo Marçal se dedica a replicar a imagem da “cadeirada” em suas redes e medir o humor do eleitorado depois da agressão do debate de domingo, os bolsonaristas preferem colecionar as imagens exibidas na TV aberta sobre as queimadas em todo o país. A ideia é catalogar tudo para usar lá na frente, em 2026. O objetivo é usar esse material para dizer que o PT reclamou tanto das queimadas nos tempos de Jair Bolsonaro, mas está vendo a floresta queimando tal e qual ocorreu no passado. No Distrito Federal, por exemplo, a situação nunca foi tão crítica. O governo age para tentar marcar a diferença de tratamento nesse campo, sobrevoando as áreas atingidas, fazendo reuniões de emergência e mobilizando recursos. Lula fez várias reuniões sobre esse tema, levará o assunto ao discurso nas Nações Unidas semana que vem e pretende lançar um pacote de medidas.

Objeto do desejo – Com o PL mais próximo do líder do Republicanos, Hugo Motta, o PT está tentado a aceitar a proposta dos líderes do PSD, Antonio Brito, e Elmar Nascimento, e ocupar a vice-presidência da Câmara. Porém, nada será definido em meio à corrida eleitoral. O partido de Lula não vai precipitar nada.

Termina prazo para substituição – Terminou, ontem, o prazo para os partidos substituírem candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador com candidaturas indeferidas, canceladas, cassadas e em casos de renúncia. A determinação só não vale para casos de morte do concorrente, em que a Justiça Eleitoral permite substituição mesmo após a data limite. Nesses casos, se a mudança for feita após a preparação das urnas e da lista de candidatos, o substituto concorrerá com nome, número e foto da pessoa substituída.

Cresce candidatura de indígenas – A candidatura de indígenas no Brasil subiu 14,13% nas eleições de 2024, em relação ao pleito anterior. O levantamento é do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em parceria com o coletivo Common Data, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a pesquisa, são 2.479 candidatos desse grupo, representando 0,55% do total de concorrentes no país. Em 2020, os indígenas eram 2.172. Das 2.479 candidaturas, 1.966 divulgaram suas etnias, totalizando 176 etnias diferentes. Os povos Kaingang, Tikúna e Makuxí representam as três maiores etnias em número de candidatos, com 168, 150 e 107, respectivamente. Roraima, tradicionalmente o estado com maior concentração de indígenas no território, lidera proporcionalmente com 7,10% de candidaturas desse grupo.

TRF julga recurso de caso Bruno e Dom – O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, marcou para esta terça-feira o julgamento dos recursos de três réus acusados pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, em 2022. Os desembargadores da Quarta Turma do TRF vão analisar os recursos de Amarildo de Oliveira, Jefferson Lima e Oseney de Oliveira contra a decisão que determinou que os acusados devem ser julgados pelo Tribunal do Júri. Bruno e Dom foram mortos no dia 5 de junho de 2022, vítimas de uma emboscada.

Horário de verão – Diante de uma seca recorde no país, o governo avalia a volta do horário de verão, suspenso em 2019. O Ministério de Minas e Energia deve concluir, nos próximos dias, um estudo sobre a necessidade e viabilidade da medida. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) também se reúne hoje para retomar a discussão sobre as medidas de combate à falta de chuvas e o impacto nos reservatórios. O último boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado na sexta-feira, elevou a previsão para a carga nacional de energia em setembro, ao mesmo em que apontou um nível menor do que o esperado anteriormente para os principais reservatórios de hidrelétricas do país ao final deste mês.

Gíria de cadeia para estuprador dita por Marçal tirou Datena do sério – Um dos pontos que mais ofenderam José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura neste domingo (15) foi ter sido chamado de “Jack” por Pablo Marçal (PRTB). A gíria é comum nos presídios para se referir a um estuprador. Jornalista com anos de experiência no noticiário policial, o candidato-apresentador conhece bem o termo e se sentiu especialmente atacado ao ouvi-lo do influenciador. Datena também ficou contrariado ao ter um pedido de direito de resposta sobre esse ponto ignorado no debate. Marçal acusou Datena de ter cometido assédio sexual contra uma funcionária da TV Bandeirantes, onde o apresentador trabalha. Já o candidato tucano respondeu que a acusação foi arquivada. A insistência de Marçal no tema, no entanto, acabou levando seu adversário a agredi-lo com uma cadeirada.

Parte do PT de MG defende voto útil – Parte dos dirigentes do PT em Minas Gerais passou a defender internamente o voto útil na candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), embora o partido tenha lançado o deputado Rogério Correia para o cargo. A razão para isso é a subida de Noman nas pesquisas, No último Datafolha, ele aparece numericamente em segundo lugar, com 14%, quatro a mais do que no levantamento anterior. Já Correia marcou 8%. A liderança é de Mauro Tramonte (Republicanos), com 29%. A justificativa para o voto útil é o fato de o atual prefeito não ser um político de direita e ter proximidade com o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele apoiou o petista no segundo turno em 2022. Fuad, assim, seria a melhor chance de bater Tramonte, cuja vitória representaria a vitória da oposição ao atual presidente num dos principais colégios eleitorais do país.

Cabo Bolsonaro pouco requisitado – Sem poder concorrer às eleições até 2030, Jair Bolsonaro (PL) se mantém como um cabo eleitoral cobiçado por candidatos nos pleitos de 2024. Nas primeiras duas semanas da propaganda eleitoral, o ex-presidente apareceu em mais de uma dezena de propagandas no rádio e na televisão de Norte a Sul do país. Levantamento da Folha registrou pelo menos 20 municípios em que candidatos já citaram, mostraram imagens ou tiveram depoimentos de Bolsonaro exibidos na propaganda eleitoral. O ex-presidente gravou vídeos para políticos de ao menos oito municípios do país.

Fortaleza: candidatos bolsonatistas trocam ataques – Após a última pesquisa Datafolha indicar um empate técnico entre os candidatos da direita em Fortaleza, os ataques entre Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL) se intensificaram na capital cearense e chegaram até o horário eleitoral. Segundo o levantamento divulgada na sexta-feira, Fernandes obteve um crescimento de 9 pontos percentuais nas intenções de voto enquanto Wagner, um recuo de seis. Atualmente com 25% e 23% das intenções de voto, respectivamente, os candidatos ampliaram a artilharia ao longo do final de semana. Eles também estão empatados tecnicamente com Evandro Leitão (PT), que tem 19%, e o prefeito José Sarto (PDT), com 18%.

No Congresso Nacional, cuidado, você pode tomar choque – No Salão Azul do Senado Federal uma mulher encontrou uma velha amiga que não via há muito tempo. Uma já sinalizou que queria um abraço, enquanto a outra já deu um aviso prévio: “Não posso fazer isso porque estou dando choque”, disse. A outra, mesmo assim, respondeu que iria abraçar: “Já cansei de tomar choque”. A Coluna do Estadão presenciou o diálogo e também descobriu que, há algumas semanas, deputados, senadores e quem está de passagem pelos salões do Congresso Nacional estão mais cauteloso com o contato humano. Tocar em alguém, no paletó da pessoa ou em uma superfície metálica já é o suficiente para tomar um pequeno e incômodo choque. Não é uma pegadinha coletiva, mas um fenômeno físico resultado do alto fluxo de pessoas, do tapete e da secura de Brasília, onde não chove há mais de quatro meses. Chama-se eletricidade estática. O físico Aquilino Senra, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que se trata do acúmulo de cargas elétricas em uma superfície ou material, geralmente causada pela fricção entre dois objetos. Segundo ele, a baixíssima umidade de Brasília permite que o fenômeno ocorra muito mais vezes em comparação a lugares úmidos. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que a última chuva em Brasília ocorreu no dia 24 de abril. No dia 3 de setembro, o Distrito Federal registrou 7% de umidade relativa do ar, o índice mais baixo da história.

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