Família santanense perde tudo nas enchentes e volta para Livramento

Com a catástrofe que o Rio Grande do Sul está enfrentando desde o início do mês, inúmeras famílias perderam seus lares para a enchente. Sant’Ana do Livramento foi um dos poucos municípios não atingidos pelas cheias. Isso fez com que os santanenses decidissem retornar em busca de segurança para iniciar uma nova fase da vida.
Não foi diferente com Roselaine Santana Silveira, santanense, que residia com sua família no município de Estrela, no Vale do Taquari. Já é a quarta enchente que ela, o esposo e os três filhos enfrentaram, antes de decidirem voltar para sua terra natal.
Em busca de novas oportunidades em Estrela, há alguns anos, Roselaine tinha emprego fixo e casa própria na cidade, que fica a 447 quilômetros de Sant’Ana do Livramento. Ela conta que teve forças para reconstruir tudo que tinha, após as enchentes do ano passado, mas destaca que nunca tinha passado por um cenário tão aterrorizante quanto agora. Após ter que deixar sua residência e ser acolhida com sua família em um abrigo, Roselaine decidiu retornar para Livramento, somente com a roupa do corpo e um aparelho de televisão, que conseguiu salvar.
Com a decisão de retornar para Livramento, Roselaine, que era colaboradora de uma rede de supermercados, foi até a empresa solicitar seu desligamento pois deixaria a cidade de Estrela. Com isso, a empresa propôs a transferência dela para Livramento para ela não ficar desempregada. Aliviada com a notícia, Roselaine e seus três filhos se deslocaram para Livramento em um ônibus de excursão que partia de Caxias do Sul, deixando seu marido, que auxiliava nos resgates dos moradores da cidade de Estrela.
Ao chegar em Sant’Ana do Livramento, ela recebeu dinheiro de uma rifa solidária promovida por sua família. Com o dinheiro, eles conseguiram alugar uma casa. Além disso, ela conta que foi acolhida por voluntários de uma força tarefa da Unipampa e da Uergs. Foi através desse trabalho que ela teve a sua casa mobiliada, desde os móveis até os eletrodomésticos. “Eu não esperava ser acolhida com tanto amor e carinho”, disse.
Nessa semana, a Secretaria Municipal de Assistência e Inclusão Social fez uma visita para coletar os dados e encaminhar a família aos programas assistenciais do governo, além de entregar cestas básicas e produtos de higiene e cobertores.
Atualmente, o município tem nove famílias que foram vítimas das enchentes em atendimento. De acordo com a assistente social Ana Cristina Gonçalves, também está disponível para as famílias, o atendimento realizado nos serviços descentralizados da assistência social. “Temos uma equipe preparada para atender as pessoas 24 horas”, afirmou.
Roselaine relembra a tristeza e frustração que sentiu ao voltar à sua casa, que estava totalmente destruída após a enchente. Mesmo perdendo tudo, ela fala em fé e recomeço. “É hora de recomeçar e, se Deus quiser, ter nossa casinha própria de novo”, falou.