qui, 10 de julho de 2025

Variedades Digital | 05 e 06.07.25

De Lá, Pra Cá | Maria Quitéria, nossa Joanna D’Arc

Depois de mostrar sua bravura e habilidades, fardas militares são especialmente confeccionadas para vesti-la apropriadamente como mulher.

Passamos pelo Dia da Mulher, e poderia eu fazer um texto cor-de-rosa sobre as belezas da existência feminina, mas nem mesma eu “compraria”. A data existe em reconhecimento às batalhas travadas por mulheres que abriram o caminho para nós, justamente por sua luta por melhores condições de trabalho e, posteriormente, de vida.
Minha breve homenagem a nós, mulheres, se dará através de uma personagem que a história a mim encanta: Maria Quitéria de Jesus, a baiana arretada que desafiou as regras e lutou ao lado de milhares de homens pela independência do Brasil. A Joanna D’Arc brasileira.
Maria nasceu em 1792 no conforto de uma fazenda com gados e escravizados na Bahia, mas isso nunca a sossegou. Avessa às tarefas de casa, tinha como paixão os cavalos e as armas de fogo. Não preciso dizer que isso a tornava absolutamente fora do padrão da época.
Descendente de nativos da nossa terra, deve ter celebrado quando Dom Pedro I finalmente declarou a independência do Brasil. Todavia, para enfrentar a resistência de Portugal, o Imperador decide formar um exército pró-independência, enviando emissários por todos os cantos para recrutamento de… homens. E, ao chegarem na Serra da Agulha, na Bahia, quem se prontifica para a guerra é… uma mulher! Maria Quitéria! Implorou ao pai para se juntar à causa, com o discurso:

“É verdade, que não tendes filho, meu pai. Mas lembrai-vos que manejo as armas e que a caça não é mais nobre que a defesa da pátria. O coração me abrasa. Deixai-me ir disfarçada para tão justa guerra”

A resposta? “Mulheres fiam, bordam e tecem. Não vão à guerra”. Obstinada, não desistiu… saiu de casa, cortou os cabelos, vestiu-se com roupas de homem e alistou-se no exército. Em poucas semanas, quando o pai descobriu e foi buscá-la, já era tarde, pois suas habilidades já haviam sido notadas, e a baixa foi negada.
Realizou marcantes proezas nas batalhas das quais participou, inclusive a de liderar um grupo de mulheres civis em uma batalha no Recôncavo Baiano, com sucesso. Ganhou cada vez mais respeito e promoções. Quando as lutas terminaram, com vitória do Brasil, Quitéria foi recebida em Salvador e saudada como uma heroína. A convite do próprio Imperador, foi ao Rio de Janeiro e recebeu de suas mãos a Medalha da Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, a maior honra militar da época.
Depois da guerra, nossa protagonista voltou para casa (recebida por seu pai por livre e espontânea pressão do próprio Imperador), casou-se, teve uma filha, e, depois de perder o marido, morreu esquecida em Salvador. Somente 100 anos depois sua memória foi (amplamente) resgatada, e Maria Quitéria se firmou como a lenda que é hoje.
Nas entrelinhas está o que me conecta à história. É a coragem dela em enfrentar um sistema castrador para realizar feitos considerados como não femininos, mas que eram o seu ideal. É a capacidade de a mulher exercer vários papeis sociais, e realizá-los bem. É a sobrecarga que isso pode causar – dor já conhecida pela nossa natureza – que dificilmente nos faz parar.
Homens, que isso esteja esculpido em suas mentes, para que o esforço natural do existir feminino seja espontaneamente e sempre valorizado. Mulheres, nunca esqueçam que aquela que está ao seu lado joga no mesmo time, e não contra.
Saúdo a cada uma de nós no dia que celebra somente uma pequena parte de tudo o que contribuímos para o andar do nosso mundo.

Todo pronto para la asunción de Richard Sander como intendente de Rivera

El acto protocolar se realizará en el Teatro Municipal de Rivera En la jornada de este jueves 10 de julio se llevará a cabo el cambio de mando de la intendencia departamental de Rivera, dónde el actual intendente Arquitecto, José Mazzoni, dejará su lugar al intendente electo, Contador Richard Sander. El acto protocolar se llevará a cabo a partir de