“Você pode fazer seu próprio inferno ou paraíso, viver como quiser”, diz a música da banda Madness. “Desde os mais pobres até as maiores estrelas […] Do centro até seus pontos mais afastados”. A descrição é bastante óbvia e o local dispensa maiores apresentações: Londres, a capital inebriante do velho continente.
A cidade é um menu interminável, de onde você escolhe as experiências que deseja viver, o ambiente a explorar e o estilo de vida a se ter. Ficar longe do clichê “este é um dos lugares mais cosmopolitas do mundo” parece impossível – mas tentarei pintar o cenário: em Londres você pode decidir visitar as múmias no British Museum ou aprimorar seus estudos em moda naquele santuário da Alta Costura; ser budista ou punk rocker; passar os dias em parques explorando a natureza ou absorver cultura em sua infinidade de exposições gratuitas (sim, gratuitas). Um lugar para os livres de espírito, onde se pode fugir do padrão sem medo de julgamentos. Cada um na sua.
Falando em diversidade, é espantoso como um simples trajeto no famoso ônibus vermelho o levará a um passeio multifacetado, passando a sensação de se visitar três ou quatro cidades diferentes no percurso. Embarque em Hampstead – a personificação da sociedade aristocrática pela qual Londres já foi conhecida, com seus edifícios georgianos bem preservados – um espetáculo a ser visto; continue por Camden Town, o
famoso bairro alternativo de Amy Winehouse, e observe a atitude “vale tudo” do lugar, com suas criativas apresentações de rua e muita música ao vivo. Chegue à Russel Square, a área crème de la crème, onde conhecerás o que é real elegância, viajarás pela história da construção de pensamentos que mudaram o mundo – e aqui falo do Bloomsbury Group de Virginia Woolf e seus contemporâneos – com uma localização prática, já que os principais destinos turísticos estão a poucos passos (está bom para você?).
Isso sem falar das compras, da referência musical, da história que influenciou o mundo, do famoso “Mind the Gap” do metrô, das construções milenares que fascinam os olhos e, CLARO, dos famosos pubs!
O que mais me encanta é que não há espaço para a monotonia. A cada esquina, a cidade pulsa. Aos meus olhos, Londres é a fonte vívida onde a heterogeneidade da cultura e das experiências borbulha e fervilha, cativante de todos os ângulos. London é a perfeita sintonia entre a modernidade e o forte apego à tradição: é como uma costura, invisível, elaborada nas camadas mais profundas, mas que sabemos que está lá, e que é resistente e intrigante – e apaixonante.
*Texto original em inglês, escrito, traduzido e adaptado por mim, sempre com contribuições da brilhante colega fronteiriça Veronica González.
