As secretárias municipais de Educação, Elisângela Duarte, e da Fazenda, Gisela Alvarez, estiveram, nesta semana, na Câmara de Vereadores para prestarem esclarecimentos a respeito da contratação da empresa Deboni Sistemas Construtivos com a Prefeitura de Sant’Ana do Livramento. A empresa foi contratada para elaborar projetos e executar obras de engenharia para o fornecimento e instalação de salas modulares para uma nova creche no bairro Simón Bolívar e a ampliação das Escolas Municipais de Educação Infantil Dudu, no bairro Wilson, e Bem-Querer, na Vila Julieta.
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Os parlamentares apresentaram diversos questionamentos, principalmente com relação ao valor da obra da escola municipal que deverá ser construída no bairro Simón Bolívar, investimento este que está na casa dos R$ 9 milhões. Conforme apresentado pelo vereador Aquiles Pires (PT), a média de preços para construção de escolas “padrão 1 do FNDE” é R$ 3 milhões, por isso a suspeita de superfaturamento na obra de Livramento, que custaria três vezes mais que a média. No entanto, as secretárias justificaram que o investimento é mais caro em virtude do material tecnológico utilizado pela Deboni, tecnologia essa que possibilita a obra ser entregue de forma extremamente ágil.
Outra suspeita consiste no levantamento de preços das outras duas empresas. Segundo os vereadores da oposição, não consta no processo a forma como as outras duas empresas (exceto a vencedora) foram consultadas pela SME sobre seus preços. Além disso, as mesmas duas empresas teriam respondido na mesma data, o que também seria suspeito para os parlamentares, que têm receio de um eventual direcionamento do processo visando o sucesso da Daboni no processo.
Após a reunião, que durou quase três horas, alguns parlamentares não se convenceram das explicações e devem levar uma denúncia ao Tribunal de Contas (TCE-RS) e ao Ministério Público de Contas do Rio Grande do Sul (MPC-RS). Além disso, novos pedidos de informações foram encaminhados ao Executivo sobre o tema.