Desde setembro estão em falta alguns especialistas nos postos de saúde, entre eles estão: pediatra, ginecologista, neuropediatra, dermatologista e cardiologista. São dezenas de pacientes que estão
aguardando atendimento destes profissionais especialistas no município.
Carmen Duarte, de 67 anos, é uma das pacientes. Ela conta que a falta de um médico cardiologista que atue na rede municipal de saúde a preocupa. Cardíaca desde 2009, quando sofreu do primeiro infarto, ela precisa de acompanhamento diário com o especialista. E relata que já foi alertada pelos profissionais que o seu coração pode parar a qualquer momento, devido aos problemas anteriores.
Em 2013, realizou a cirurgia de revascularização, que consiste em criar novos caminhos (pontes) para o sangue que irriga o coração. Atualmente, Carmen conta com cinco stents, dispositivos em forma de tubo colocados nas artérias coronárias que fornecem sangue ao coração, além de um problema no músculo do coração.
Por conta dessas condições de saúde, Carmen precisa realizar exames de imagens e de rotinas em cada semestre do ano. “A situação com a saúde em Livramento está deixando a desejar. Realizei uma cirurgia de catarata em fevereiro deste ano, e 10 meses depois ainda estou esperando o retorno da secretaria para marcar minha cirurgia no outro olho”, disse Carmen, relatando outra condição de saúde.
CONTRAPONTO
Há alguns dias, o secretário municipal de Saúde, Elvio Goulart, falou que não existem postos sem médicos em Livramento. O secretário reconheceu a falta de alguns especialistas e disse que a Secretaria de Saúde está em processo de preenchimento das vagas em até dois meses, para os casos de especialidades, sendo que já há alguns processos seletivos para contratar novos profissionais.
No começo da entrevista, o secretário teceu comentários sobre o cenário envolvendo os profissionais da saúde. “Temos ótimos profissionais trabalhando na rede, que são comprometidos e dedicados a dar o melhor no trabalho, mas tem uns outros que talvez estejam única e exclusivamente preocupados com a relação comercial, ‘me pagam, eu trabalho’, aí eu me pergunto, onde é que fica o lado humano dessa história? Onde é que fica o dito juramento do médico? Que ele compromete-se em promover o bem, a saúde da população”, questionou Elvio.
