Aconteceu na quinta-feira (10), na cidade de Tacuarembó, no Uruguai, a abertura oficial da Safra Ovina do país vizinho. O evento reuniu produtores e diversas autoridades, entre elas o presidente da República Oriental do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou; o ministro da Ganaderia, Fernando Mattos; e o presidente do Secretariado Uruguaio da Lã (SUL), Alfredo Fros.
Uma comitiva de produtores gaúchos, liderados pelo presidente da Associação e Sindicato Rural de Sant’Ana do Livramento, Luiz Carlos D’auria Nunes, esteve participando do evento. Entre eles, estavam o presidente da Associação Brasileira de Ovinos (ARCO), Edemundo Gressler, e a vice Elizabeth Lemos; o coordenador do programa Lã Gaúcha certificada da ARCO, Sérgio Munhoz; o produtor rural e técnico da ARCO, Luiz Wlater Ribeiro; o presidente da Associação Santanense de Ovinocultores, Jair Menezes; o produtor rural Rafael Nunes; e os proprietários da Cabanha M Lanera, Sônia e Zeca Silveira.
Entre os principais assuntos abordados no evento, o que mais chamou a atenção, foi a preocupação com o mercado internacional da lã, que vem sofrendo baixas significativas nos últimos anos, com desvalorização do produto frente a competição com outros tipos de tecidos, além da instabilidade comercial com a China, que é a maior compradora de lã do mundo. Frente a este desafio, pela primeira vez na história, o Uruguai vem tendo dificuldade na comercialização do produto, o que acaba se tornando um balizador e trazendo preocupação também para os produtores gaúchos. Durante o evento, também foi realizada uma demonstração de tosquia tally-hi pela comparsa La Milagrosa.
O ministro da Ganaderia do Uruguai, Fernando Mattos, disse que o governo vem trabalhando para tentar reverter essa situação e que nos mês de outubro uma comissão do Uruguai irá à China tratar desse assunto. “Estamos no início de uma safra e sempre se renova a esperança. Mas este é um ano complexo onde estamos tendo dificuldade na comercialização, onde os estoques de lãs de maior diâmetro e as médias estão sem colocação no mercado internacional. E isso pode ser observado também na Argentina, Chile, Nova Zelândia, Reino Unido e aqui também, onde temos uma safra de quase 40 milhões de lã que podem estar à disposição e sem mercado. Isso é um fator de desânimo ao produtor, porque produzir com algo que gera custos, gera trabalho e emprego, mas que não tenha colocação comercial é um fator decepcionante. O governo está fazendo todos os esforços necessários para poder combater e enfrentar essa situação, realizando ações de política comercial com diferentes mercados. Temos também a expectativa da retomada da economia da China, que é o grande demandante deste produto. Uma vez que as lãs mais finas não têm tantos problemas comerciais”, disse o ministro.
Fernando Matos ainda sinalizou que é necessário que os produtores, com o apoio das entidades de classe, trabalhem buscando “afinar” cada vez mais a lã produzida, por meio de melhoria genética dos rebanhos e manejo adequado nas propriedades. “As agremiações de produtores e o nosso próprio SUL, devem trabalhar daqui para frente visando afinar essa lã cada vez mais, porque esse é o futuro. Não é uma novidade, há mais de 20 anos se fala nesta questão, mas agora chegou a hora” completou.
Apesar do momento de incerteza, o presidente da ARCO, Edemundo Gresller, foi otimista em sua fala, destacando que o Rio Grande do Sul tem muito que
No final do evento, o presidente Luis Alberto Lacalle Pou foi presenteado pelo Grupo A Plateia e Associação Rural com brindes, como o caderno especial dos 200 anos de Sant’Ana do Livramento e produtos da Vinícola Almadén e Azeites da Olivopampa.
Exclusivo: TCU recomenda que PF investigue megalicitação da Secom
Área técnica do Tribunal de Contas da União também afirma que critério de melhor técnica adotado pelo governo foi “indevido”