“Didididiê” cantado a milhares de vozes. Assim foi o show em comemoração aos 200 anos de Sant’Ana do Livramento. Além dos santanenses e riverenses, gaúchos e uruguaios de várias cidades cantaram e dançaram ao som da banda Raça Negra, que há 40 anos embala o mundo todo.
A partir da ação da Prefeitura de Livramento que, mesmo com uma polêmica envolvendo a contratação da banda, realizou o show e encantou o público com quase duas horas de show.
A festa iniciou logo nas primeiras horas da tarde, quando o público já começava a se acomodar no Largo Hugolino Andrade em busca da melhor posição para assistir a apresentação do Raça Negra.
Às 16h, artistas santanenses subiram ao palco para animar o público. Verona Moon, Érico Esteves, La Clande e Tardinha do Samba representaram a classe artística nesse momento especial.
Em discurso emocionado, a prefeita Ana Tarouco (PL), deu o tom do início da festa e falou das dificuldades que enfrentou para realizar o show e da coragem que tem para enfrentar os desafios.
“Senhores, eu queria primeiro … eu tinha muita coisa para falar, mas vocês não vieram aqui me ouvir, vocês vieram pra ouvir o Raça Negra, então eu serei bem breve. Eu queria primeiro agradecer a Deus, em um mês muito difícil pra mim. Queria agradecer a Deus que nos dá sustentação e que tem sustentado esta cidade para além dos seus 200 anos e que seguirá sustentando, porque Sant’Ana é muito maior do que suas dificuldades. Eu queria agradecer a todas as equipes que fizeram este 
momento ser possível, dos colegas que montaram, dos colegas que fizeram a limpeza urbana, a todos os secretários, todos os colegas vereadores que colaboraram. Senhores, Sant’Ana vive 200 anos e Sant’Ana respira colaboração. Este é um espírito que eu desejo para Sant’Ana, que nós possamos seguir assim, uma fronteira unida, hermanada, Rivera-Livramento, junto com todas as demais cidades, ninguém pode com a nossa coletividade. Ninguém pode com a coragem, ninguém pode com a honestidade. Que isso seja a nossa bandeira, daqui para todo o sempre, que nós possamos juntos construir e reconstruir esta cidade e esta fronteira. Peço licença à banda, eu sei que o momento é de Raça Negra, mas eu preciso chamar aqui um corinho da Waleska Popozuda, beijinho no ombro, senhores, pro recalque passar longe. Chega, precisamos dar um basta a quem não quer somar. Que sejamos todos colaborativos, hermanados, esse é o nosso espírito, somos uma cidade diferente e um povo diferente, valoroso, trabalhador, honesto, que acredita nas suas potencialidades e Livramento, nós sabemos bem, tem muito potencial. Aqui um agradecimento especial à secretaria da cultura, do turismo e a toda a equipe que fez este momento, eu desejo que vocês desfrutem este momento. Vocês sabem que ele foi chorado, brigado, foi disputado, mas nós estamos aqui de pé para seguir brigando por esta cidade. Me perguntaram há bem pouquinho se tinha valido à pena, ver cada sorriso de vocês, ver cada um trabalhando fazendo a sua renda, valeu cada esforço e se tiver que seguirmos brigando, vamos brigar, porque munição não falta, coragem não falta e esforço não falta. Uma baita festa para todos, aproveitem. Obrigado Deus”, discursou Ana.
Oportunidade
Centenas de fronteiriços aproveitaram a oportunidade para empreender e garantir uma renda extra no show.
Uma praça de alimentação foi montada na rua João Pessoa, onde mais de 70 empresas cadastradas pela prefeitura lograram espaço exclusivo, contudo, dezenas de profissionais montaram suas tendas no entorno do Parque Internacional também em busca de um lucro com o show.
Segurança Binacional
Um grande esquema de segurança foi montado pela Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia de Rivera, onde quase 500 policiais realizaram a segurança no entorno do Parque Internacional, permitindo que tudo transcorresse dentro da normalidade.
