Nos próximos 30 dias, o Jornal A Plateia irá contar um pouco dessa trajetória, passando por momentos cruciais na história de um território que, antes de ser a Sant’Ana que hoje conhecemos, foi cobiçado e disputado por espanhóis e portugueses, tendo sido palco de batalhas e abrigado grandes grupamentos militares, que formaram as primeiras vilas, precursoras da cidade.
Ao longo do caderno, fruto de um trabalho minucioso que busca prestar reverência a notórios pesquisadores santanenses, como o incontornável historiador Ivo Caggiani, será revelado aos leitores os fatos marcantes que culminaram na fundação de Sant’Ana do Livramento, em 30 de julho de 1823. Busca-se, no capítulo intitulado “A Fronteira”, descrever as características, costumes e legados dos povos originários que viveram aqui: Charruas e Minuanos ganham o devido destaque em uma das seções do Caderno. O Pampa, território onde Livramento nasceu e se desenvolveu também está presente, assim como aspectos da economia, política e da sociedade santanense desde a sua gênese. Da herança originária, alguns elementos tradicionalmente preservados da cultura gaúcha: o churrasco, a erva-mate, o cavalo como um aliado no desbravamento dos campos pampeanos estão presentes.
Para aqueles que vivem em Sant’Ana do Livramento e para os que por aqui passaram, o capítulo “O Fronteiriço” dá protagonismo àqueles que, com suas mãos e amor pela terra, ergueram a Fronteira da Paz. Olhares sobre a fronteira de hoje que remetem ao passado de sua formação; expoentes da tradição que são filhos de Sant’Ana, como é o caso do pesquisador, poeta e fundador do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) Paixão Côrtes; o povo negro santanense que, em tempos de exclusão e discriminação, uniu-se para reivindicar seu lugar neste chão; o processo de migração de árabes e italianos que ajudaram a tornar Livramento um lugar multicultural. É uma homenagem a vocês, leitores, que fazem parte desta história.
Por fim, “O Futuro” bate à porta. Futuro que já é presente na cidade. Como Sant’Ana tornou-se referência internacional na produção de vinhos; o que os ventos da campanha e seus parques eólicos têm a contribuir com um mundo mais sustentável; a importância da pecuária e da ovinocultura da região para a economia nacional; a cultura fronteiriça que revela tantos talentos na música, poesia e nas artes plásticas. Santanenses visionários que, por meio de seus empreendimentos, levam o município além dos limites de seu território, Isso, e muito mais, estarão no Caderno Especial.
O Grupo A Plateia espera que, ao fim da leitura, seja possível que cada um se reconheça como parte deste processo que está constantemente em construção: o de semear a fraternidade e a liberdade que, como diz Agapito Prates no hino da cidade, brotam nos campos de Sant’Ana do Livramento com mais vigor.