A partir desta edição, o Jornal A Plateia estará publicando em suas páginas uma série de reportagens sobre a cadeia produtiva da ovelha que envolve uma gama muito expressiva de atividades que geram emprego e renda, tanto aos criadores, como aos profissionais que atuam em todos seus elos. Todos sabem, e foi amplamente divulgado na mídia local e estadual, que após 9 anos vencendo todos os trâmites necessários, Livramento foi reconhecida por lei no dia 8 de maio como a – Capital Nacional da Ovelha – então fica a pergunta: e agora o que fazer?
Fomos atrás de respostas, e nestas reportagens iremos apresentar os principais motivos desde o reconhecimento nacional ser tão importante ao ponto de poder “girar uma chave” no desenvolvimento do município, é claro, se houver interesse de todos os envolvidos. O primeiro ponto escolhido para abordarmos vem de um questionamento básico que muitos dos leitores, internautas e ouvintes do Jornal A Plateia e da Rádio RCC FM 95.3 fazem: onde comprar carne de ovelha?
Primeiro, é necessário saber o que comprar. Quando falamos – carne de ovelha – estamos nos referindo ao animal adulto, já criado, geralmente com uma rigidez de carne acentuada. Já o
cordeiro é o animal jovem, precoce, portanto com uma maior maciez no produto final. Como é o caso dos cortes oferecidos pela Casa de Carnes São Pedro que há mais de 2 anos e meio está com as portas abertas oferecendo carne ovina aos seus clientes como explica a empresária Bruna Wetternick. “Nós só trabalhamos com carne de cordeiro, por isso essa maciez diferenciada que leva os selos “Cordeiro Gaúcho” e Corriedale. Aqui são ofertados todos os cortes: pernil, costela, paleta, espinhaço, picanha, carré curto. Além, é claro, dos miúdos também como: rins e língua, combinando tudo isso com a linguiça “parrijeira” à base de carne ovina”, destaca.
Segundo Bruna, a procura por carne de cordeiro é muito grande, tanto que a empresa se organizou para ofertar os produtos todos os dias da semana. “Desde que nós abrimos procuramos estar sempre abastecidos por meio do nosso parceiro Producarne. Não importa o horário que o cliente chegar aqui teremos o produto em oferta”.
Para o proprietário da Casa de Carnes São Pedro, Cláudio Wetternick, este tema da pouca oferta do produto no município foi sempre um grande desafio. “Por muitos anos nós ouvimos isso, somos os maiores produtores e não conseguimos atender o mercado interno. O que acontece é que sempre existiu a oferta, mas em pouca quantidade, em dias específicos, como, por exemplo, próximo aos finais de semana ou datas especiais. Então, não havia uma continuidade na venda. Há três anos nós fizemos um projeto junto ao frigorífico Producarne de formamos uma Casa de Carnes em Livramento para trabalharmos com todas as carnes a vácuo. E uma das nossas proposições é de nós termos sempre à disposição do cliente a carne de cordeiro. E o grande fator que tem nos ajudado no trabalho da venda deste produto é isso: ter a mercadoria sempre.”
Segundo o empresário, outro tabu que precisa ser quebrado é sobre a diferenciação do preço da carne de ovino para o bovino. ”Se a gente for colocar na balança, a base de preço não muda muito, com uma vantagem ainda para
a carne de cordeiro”. Na sua fala, Cláudio destacou que é preciso fomentar mais o consumo deste tipo de carne na elaboração de pratos diários, por exemplo.
Sobre o consumo no Brasil, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2022, o consumo brasileiro da carne ovina foi em torno de 521 gramas per capita, 0,2% abaixo do volume de 2021 e expressivos 70% menor do que a média mundial.
