Respeito, o segredo que a sociedade ainda precisa descobrir

A semana foi marcada por casos que revelam que a nossa sociedade ainda em uma prática que há anos é considerada crime: o racismo. Este é um problema que precisa ser cada vez mais enfrentado pelos que já têm consciência de que a discriminação é algo que sequer deveria acontecer. Entre as muitas expressões de violência, as agressões verbais e físicas são as que mais ganham destaque. Não, este editorial não está se referindo especificamente ao caso que ocorreu no Instituto Liberato, pois isso ainda deve ser apurado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, mas
sim a repercussão que o caso teve na cidade. Nesse momento vem sempre à tona a indiscutível questão de que a educação e o respeito devem vir de casa, que não é dever da escola, e de fato não é. Porém, é obrigação da escola promover o debate sobre a história e cultura Afro-Brasileira para que, desde o cedo, os alunos entendam como ainda vivenciamos o racismo estrutural que assola e destrói a dignidade de muitos negros. Independente disso, há uma discussão social sobre a aplicação da lei, que é lenta e que, muitas vezes, o crime de racismo, imprescritível e inafiançável, é
traduzido a um caso de injúria racial. Mais adiante, as discussões de mudanças na legislação, é necessária também a rigidez de uma sociedade antirracista e livre de racismo. Embora ainda haja casos que, na maioria das vezes, não são isolados, é preciso entender que essa doença estrutural precisa ser combatida e será, pelo menos, se depender dos veículos deste Grupo. Não basta não ser  racista, é preciso ser antirracista.