Mais um ano se encerrou, outro se iniciou, e a usina de asfalto de Sant’Ana do Livramento continua abandonada. Nesta semana, a reportagem do Jornal A Plateia esteve acompanhando a fiscalização do vereador Aquiles Pires (PT), no Distrito Industrial, onde o equipamento está abandonado desde 2017. O parlamentar considerou a situação como deterioração do patrimônio público e afirmou que isso é crime. “Dá vontade de chorar ver toda essa estrutura abandonada”, relatou Aquiles. E complementou: “Está errado isso aqui. Da forma que está, está errado”. Procurado, o secretário municipal de Obras, Dilmar Pereira, informou que o governo da prefeita Ana Tarouco (PL) fez estudos sobre a usina. “É inviável de momento a utilização dela, pelos altos custos dos insumos e pela recuperação”, comentou. “Não se descarta uma possível utilização, de repente com verba de emendas, mas de momento precisaríamos de um aporte muito grande de verbas, um maquinário e operadores qualificados para ela voltar a funcionar, além licenças ambientais e alguns softwares responsáveis pela medidas e misturas químicas de produtos a serem utilizados na fabricação do CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente) ou CAUQ (concreto asfáltico usinado a quente)”, relatou Dilmar, que reiterou: “Mas de momento é inviável”. Segundo o ex-prefeito Glauber Lima (PT), a usina foi comprada no seu governo, em 2016, com o objetivo de asfaltar as ruas da cidade a um custo “bem menor” do que o cobrado pela empreiteira. “Nós comprovamos essa economia. Nos seis meses que funcionou durante nosso governo, no período de julho a dezembro de 2016, asfaltamos 16 quadras em diversas ruas. O asfalto, passados sete
anos, ainda está intacto na Rua José Fernandes Mendes, acesso ao Cerro do Armour e na Rua Manoel Fervenza, no Povinho do Armour”, comentou Glauber. “Um estudo feito pelo vereador Dagberto Reis (PT), que era líder do nosso governo, demonstrou de forma muita clara que o investimento nessas 16 quadras em insumos, pessoal e energia foi de R$ 570 mil, bem menor do que pagaríamos pelo mesmo serviço a uma empresa privada, que seria em torno de R$ 1 milhão e 600 mil”, explicou o ex-prefeito. O petista contou que no seu governo foram asfaltadas, com a usina, as seguintes ruas: Manoel Fervenza (323 metros), Largo Hugolino Andrade (58 metros), Rivadávia Corrêa (247 metros) José Fernandes Mendes (447 metros), Sérgio Fuentes (200 metros) e um trecho da Avenida Brasília (300 metros). “Em nosso governo, ela funcionou e deveria ter continuado no dos governos que nos sucederam, mesmo que fosse necessário adquirir novos equipamentos para melhorar seu desempenho. O município economizaria e certamente nossas ruas estariam em melhores condições. É inconcebível um município que tem uma usina de asfalto pagar R$ 17 milhões para asfaltar algumas ruas. A Usina é patrimônio do povo de Livramento. Lamento que tenha sido abandonada há sete anos diante de uma narrativa equivocada de que não funciona. Vários municípios têm sua própria usina que funciona muito bem”, finalizou Glauber