O Estado do Rio Grande do Sul passa a contar, a partir deste mês de junho, com o Selo e marca Coletiva – Apropampa – desenvolvido pela Associação dos Produtores de Carne do Pampa Gaúcho com o apoio da Embrapa Pecuária Sul , com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e governo do Estado.
A marca foi reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e valoriza os produtos cárneos oriundos do Bioma, facilitando o seu reconhecimento no mercado por parte dos consumidores. Conforme o presidente da Apropampa, Custódio Magalhães, a combinação entre a variedade de pastos naturais e cultivados, o clima, as raças taurinas e sintéticas criadas e o manejo utilizado são os grandes diferenciais que formam a singularidade da carne do Pampa.
Assim, para ter o selo, todas as etapas da produção devem se dar no Bioma, apenas com a possibilidade de abate fora do Pampa, mas ainda assim dentro do Rio Grande do Sul. “É 100% do Pampa. Os animais têm de ser nascidos e criados na região. Queremos nos comunicar com o consumidor. Para que ele enxergue o selo e reconheça o que há por trás”, explica. A Embrapa participou de todo o processo que resultou na conquista do selo, desde apoio à formação da Apropampa até estudos técnicos de delimitação da área geográfica para identificação da origem da carne. A empresa também é membro do conselho técnico regulador da associação, além de apoiar o fomento à cadeia da carne e na negociação com novos frigoríficos interessados em valorizar a proteína oriunda do Pampa.
O primeiro abate com o selo da marca coletiva foi realizado inicialmente em Pelotas. Agora, a Apropampa busca firmar parceria com frigoríficos interessados em colocar no mercado a carne com o selo da marca. Apropampa: agregação de valor à carne produzida no Bioma. A Apropampa é uma associação de produtores rurais organizada para valorizar a região do Pampa gaúcho e sua produção. O projeto abrange animais nascidos e criados na parte brasileira do Bioma Pampa, em sistemas de alimentação predominantemente com pasto, com o uso de raças majoritariamente taurinas de corte.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Flores Cardoso, é estratégico que a Embrapa apoie todos esses processos, desde o fomento à produção sustentável até a diferenciação dos produtos no mercado, de forma auditável e certificável. “Isso fomenta o associativismo e outros processos pertinentes a essa importante diferenciação dos produtos do Pampa e a valorização e desenvolvimento sustentável deste território”, disse. Carne do Pampa alia saúde e sustentabilidade. A carne de bovinos criados livres no Pampa é mais saudável do ponto de vista nutricional. Além do importante fornecimento de nutrientes como ferro e vitaminas do complexo B, a carne desses animais apresenta maiores teores de ômega 3, se comparada aos criados em confinamento.
O Bioma Pampa é formado, basicamente, por campos naturais com rica biodiversidade de espécies vegetais e animais. Nesse cenário, há mais de dois séculos vem sendo praticada a pecuária, atividade econômica que utiliza os recursos naturais de forma sustentável, contribuindo para a manutenção do ecossistema. Estudos apontam a existência de cerca de 450 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas, muitas delas com enorme potencial forrageiro. Pesquisas realizadas na Embrapa Pecuária Sul mostram que o uso sustentável desse ambiente campestre pode ser uma estratégia muito bem-sucedida para a produção pecuária na região.


Por Gilberto Jasper: MUDANÇA DE HÁBITOS
Jornalista/[email protected] Frequento o Litoral norte do Rio Grande do Sul desde a mais tenra idade. Meu avô, Bruno Kirst, tinha uma grande casa de madeira na praia de Tramandaí, outrora conhecida como “A Capital das Praias”. Era uma época heróica perto das facilidades de hoje. O imóvel – casarão de madeira com muitos quartos – ficava perto das dunas, paisagem