Criado em 1998, o FUNDOVINOS é composto por contribuições da indústria da lã e da carne de ovinos para investimento na qualificação da produção ovina no Rio Grande do Sul. Os recursos oriundos do fundo eram administrados pelo governo estadual por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). No último dia 11 de abril, o atual governador do estado, Ranolfo Vieira Júnior, sancionou o Projeto de Lei 72/2017, proposto pelo deputado Luiz Fernando Mainardi, que alterou as diretrizes do fundo que passa a ser administrado a partir de agora pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO) sediada em Bagé.
O Jornal A Plateia conversou com o presidente da entidade, Edemundo Gressler, que destacou a importância desta alteração que dá autonomia para ARCO gerir estes recursos que deverão ser utilizados para o fomenta desta cadeia produtiva tão importante para o estado. Segundo ele, o Rio Grande do Sul que já teve no passado uma produção de cerca 13 milhões de ovinos e produzia cerca de 30 milhões de quilos de lã, atualmente tem um rebanho com aproximadamente 3,1 milhões de ovelha e ocupa a terceira posição no país. Entre os motivos para essa diminuição estão diversos fatores. Entre eles, econômicos estruturais e perda de área para outras atividades. “Essa lei veio para ajustar esses recursos que ficavam no caixa único do governo e sendo utilizado nestes últimos anos para alavancar e fortalecer as nossas exposições-feiras agropecuárias especializadas em ovinos, onde uma parte muito pequena era destinada para o seu apoio. Então, agora, sobre essa nova gestão dos recursos pela ARCO, e também de outras entidades ligadas ao setor, estejam presentes na elaboração de tudo aquilo que entendemos que seja a mola mestre do FUNDOVINOS que é o fomento à ovinocultura” comenta.
Edmundo destaca que, com a administração dos recursos, a entidade pretende melhorar a capacitação dos produtores gerando cursos e programas de melhoramento da atividade dentro das propriedades. Em relação a este tema ele comenta que a entidade já está trabalhando em uma plataforma de projeto junto à secretaria do estado para utilização desses recursos nos próximos 3 anos, sendo uma política pública. “Dentro desse projeto, nós temos alguns pilares, um deles é o Programa de Certificação da Lã Gaúcha, que visa mudar um pouco a cultura da nossa esquila fazendo a colheita da lã de uma forma profissional. Outro programa que temos em mente é o resgate do “Cordeiro Gaúcho” que trata da qualificação da nossa carne que hoje é o grande viés da nossa ovinocultura sem sombra de dúvida. Além disso, queremos fortalecer o Centro de Tecnologia em Ovinocultura que nós temos em Encruzilhada do Sul que é uma estação experimental com cerca de 300 hectares, onde nós podemos ter, por exemplo, cursos de capacitação em inseminação artificial que possuía hoje uma grande demanda. Então, nós precisamos aumentar o número de pessoas capacitadas para essa atividade que é uma questão fundamental para a multiplicação dessa genética que nós temos no estado. Também cursos de esquila e manejo ovino. Esses são os três pontos: lã, carne e conhecimento técnico. Que nós queremos desenvolver com o acesso desses recursos”.
Os municípios com maior rebanho ovino são Alegrete, Bagé, Dom Pedrito, Pinheiro Machado, Quaraí, Rosário do Sul, Sant’Ana do Livramento e Uruguaiana. Atualmente, apenas Bahia e Pernambuco possuem rebanho superior ao do RS.


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