ter, 22 de outubro de 2024

Variedades Digital | 19 e 20.10.24

Pessoas invisíveis

Em 5 de fevereiro passado a polícia de Como, na região da Lombardia, na Itália, encontrou o corpo de Marinella Beretta, de 70 anos. Vizinhos ligaram para o telefone de emergência para reclamar que algumas árvores do pátio da idosa ameaçavam cair e que o mato tomara conta do terreno.
Depois de bater à porta sem sucesso, os agentes chamaram o dono da casa que abriu o imóvel e encontraram Marinella morta, sentada em uma ca-deira de balanço. Legistas calculam ela estava morta há pelo menos dois anos. Vizinhos corroboraram a versão, dizendo que desde setembro de 2019 não a viam. Apesar da caixa do correio abarrotada de correspondências e do matagal ninguém teve a iniciativa de procurar a moradora.
A notícia estarrecedora reflete a individualização que assola o mundo por ironia numa época de multicomunicação da onipresença da tecnologia e inúmeras ferramentas de contato. Em janeiro um fotógrafo foi encontrado morto por hipotermia, ou seja, morreu de frio na rua. O episódio não foi registrado em algum país do terceiro mundo, mas no centro de Paris, um dos países mais desenvolvidos do mundo.
A solidão, a depressão e o sentimento de abandono é um dos grandes males modernos. A ausência de solidariedade, os conflitos familiares tão co-muns no cotidiano e o medo decorrente da insegurança que prolifera mundo afora.
Educação financeira, filosofia, direitos humanos e outros conteúdos são invocados com frequência para inclusão no currículo escolar. Talvez fosse o momento de acrescentar conteúdos humanistas, onde a empatia (capacidade de projetar a personalidade de alguém num objeto, de forma que este pareça como que impregnado dela) tenha tanta relevância quanto o manejo da tecnologia.
Certamente o episódio da Itália não é isolado, mas se não tivesse reper-cussão internacional pareceria enredo de filme ou peça de teatro. A vida é mais cruel que qualquer script de ficção porque é protagonizada por seres humanos, ou seja, gente, “de verdade”.
É incrível, mas vivemos na época das “pessoas invisíveis”, de persona-gens que fazem parte do nosso cotidiano, mas que em determinado momento e repentinamente desaparecem. Apesar das relações, o fato é incapaz de provocar iniciativas de busca. O protagonismo humano definitivamente está em baixa.

 

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

 

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