A santanense Fernanda Rodrigues é soldado da Brigada Militar desde os 21 anos. Hoje, aos 33, ela atua no Centro de Logística e Patrimônio (CLog), em Porto Alegre, dirigindo caminhões de carga e ônibus. O fato poderia passar despercebido, não fosse ela a única mulher em toda a corporação no estado a atuar neste posto. Ela conta que sempre gostou de dirigir e precisou trabalhar desde muito cedo, ainda em Sant’Ana do Livramento. “Trabalhei em muitos lugares, mas ainda na adolescência decidi me preparar para o concurso da Brigada Militar”, lembra Fernanda, que ingressou na corporação no 1° Batalhão de Polícia Militar (BPM), onde atuou por 11 anos. “Ter ingressado na Brigada tão nova e logo na capital foi um desafio pra mim, que nunca havia saído do interior”, conta.
Os desafios não pararam por aí. Durante o período em que atendeu ocorrências no policiamento nas ruas, passou a ter proximidade com o trabalho da Brigada Militar junto a crianças e jovens, inicialmente no patrulhamento escolar até virar instrutora do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD). No ano de 2014, decidiu encarar um novo desafio. Resgatando sua paixão de infância por carros e caminhões, inscreveu-se no Curso Interno de Formação de Condutores da BM a fim de obter a licença AD, o que a habilitou a dirigir veículos pesados.
Fernanda é responsável por percorrer o Estado conduzindo caminhões e ônibus do Centro de Logística da Brigada Militar em operações por todo o território gaúcho, o que a deixa muito orgulhosa. “Me sinto supersatisfeita em desempenhar essa função, pois a Brigada Militar dá espaço e oportunidades para todos, e eu pude aproveitar algumas delas. Dentro da própria BM temos profissionais de várias áreas de atuação, tanto na parte de logística como saúde, educação e administração”, comenta. Ela garante que não sofre preconceito por ser a única mulher na função. “Às vezes, no interior, o pessoal se surpreende, mas logo se acostumam”, salienta Fernanda. Ela destaca ainda que considera importante que haja cada vez mais mulheres realizando funções tradicionalmente atribuídas aos homens, o que representa “uma grande vitória para todos”.
Além de ser mãe de três filhos, Maria Clara, de 6 anos, Arthur, 8 anos, e Alice, 14, Fernanda faz faculdade de Pedagogia e promete continuar buscando novos desafios e, quem sabe, ser inspiração para outras mulheres que desejam seguir a mesma carreira, “respeitando todos e sendo respeitada”, finaliza.
