Homem é condenado a 12 anos de prisão por tentativa de homicídio de Brigadiano

Foi condenado a 12 anos de prisão o homem acusado de tentativa de homicídio contra o soldado do extinto Pelotão de Operações Especiais (POE), Leandro Martins, que teve uma pedra arremessada contra seu rosto durante uma briga generalizada na comemoração do título do Grêmio, na Libertadores da América de 2017, o que ocasionou múltiplas fraturas e sequelas, como, por exemplo, perda parcial da visão e do olfato. O soldado estava trabalhando na ocasião.
No julgamento, a acusação, composta pelo promotor de Justiça, José Eduardo Gonçalves, e os advogados da vítima, Richard Nogueira e Chandler Costa, defendeu perante os jurados, que houve uma tentativa de homicídio na prática do réu, hoje com 25 anos, acrescentando dois agravantes. O primeiro trata-se de “elemento surpresa”, considerando que o policial foi surpreendido pela pedra sem condições de defesa; e a outra que ele estaria no seu horário de serviço, ou seja, servidor público desempenhando suas funções.
O promotor explicou que foi um trabalho exaustivo, desde a tarde até à noite, mas parabenizou os jurados dizendo que “a justiça se fez”. “Acredito que a condenação veio certa, na medida da pena de 12 anos, que foi aplicada por ser um crime tentado e a comunidade como um todo está satisfeita”, disse.
A defesa do réu foi feita pelo defensor público Carlos Marcondes Filho, que apresentou a tese de que o réu não teria cometido uma tentativa de homicídio, mas uma lesão corporal. Após o julgamento, o defensor acatou a decisão do Tribunal do Júri: “como defensor público, minha situação é tranquila, no sentido de que a gente faz o possível e o impossível para que exista um julgamento justo e uma defesa equilibrada”.
No fim do julgamento, o soldado Martins disse que se encerrou um capítulo triste e doloroso de sua vida, não só para ele, mas como para sua família. “Como eu sempre falei, confio na Justiça e graças a Deus, a sentença veio para as pessoas terem consciência que tudo que a gente faz tem uma consequência”, comentou.
O homem acusado do crime está preso preventivamente desde 2017, já tendo cumprido um terço de sua pena e agora deverá responder mais oito anos, em regime fechado, por tentativa de homicídio.
Na sentença, o juiz Gildo Meneghello destacou que “o réu, ao desobedecer à ordem de dispersão e parada dos policiais militares aos participantes da comemoração em via pública, em arremessar pedra de grande porte em integrantes da guarnição, demonstrou total descaso com a lei e desobediência às normas legais”. Ao final do julgamento, o réu, agora condenado, foi conduzido novamente para a Penitenciária Estadual de Sant’Ana do Livramento, onde cumprirá sua pena.