Nas últimas semanas um estudo recentemente divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil recebeu a discussão sobre o potencial mineral da região da fronteira com o Uruguai para obtenção de pedras semipreciosas. Esta atividade de mineração nos campos de Sant’Ana do Livramento não é recente, sendo que muitas propriedades da região do basalto (campos que vão em direção de Quaraí) vem realizando pesquisas e atividades de extração da pedra ágata.
A informação nova que o estudo feito pela pesquisadora e geóloga gaúcha Magda Bergmann traz é que a província geológica Los Catalanes, do Uruguai, avança em terras gaúchas, proporcionando significado potencial para a ocorrência de ametistas. Segundo a geóloga Jéssica Godoy, da Secretaria de Agricultura do munícipio, atualmente, já existe uma propriedade com mineração em desenvolvimento após a construção de uma barragem revelar existência do mineral. Jéssica explica que o solo é dividido por camadas geológicas e que as ametistas se encontram em uma profundidade maior do que a pedra ágata que geralmente é mais superficial. Para realizar o estudo em determinadas áreas de campo é necessária uma série de autorizações e vasta documentação.
Atualmente, existe muita discussão sobre a degradação do solo com a atividade de mineração, pois as jazidas que são abertas no campo deixam enormes buracos. Neste caso, segundo explica a Jéssica Godoy, no termo de autorização da atividade a empresa responsável pela mineração é obrigada, após o término da atividade, fazer a recuperação da área degradada.
A reportagem do Jornal A Plateia esteve visitando uma propriedade na região do Sarandi onde os proprietários trabalharam mais de 10 anos na atividade de mineração da pedra ágata. Segundo o produtor rural Marcelo Guerra, foi realizada uma parceria com uma empresa de mineração que era responsável por todo o processo. As pedras extraídas eram beneficiadas e posteriormente comercializadas com a China onde, na época, havia um grande mercado.
Segundo o produtor, a atividade foi muito importante durante o período em que foi realizada, pois foi mais uma fonte de recursos financeiros. “É uma atividade muito interessante e o impacto no campo foi mínimo. Hoje, 10 anos após a mineração, praticamente toda a área foi recuperada. E o pasto já tomou conta. Realizamos todo o estudo e uma parceria com a empresa que era responsável pela mineração. Aqui foram encontradas apenas a pedra ágata. Já a ametista não foi encontrada aqui”, disse o produtor.