O verdadeiro terror instalado entre Israel e a Palestina, desde o dia 06 de maio, é vivenciado por um santanense que decidiu também ir às ruas para protestar. Kais Ricardo Naidal Hesein, de 20 anos, que está na cidade palestina de Ramalah, falou sobre as várias emoções e, principalmente, preocupação com o povo palestino. “São várias emoções que nem consigo expressar, medo, raiva, preocupação com o povo palestino, eu sou descendente de palestinos e é a primeira vez que eu tomo coragem para agir e participar dos protestos e das causas”, contou.
Centenas de palestinos vivem em Sheil Jarrah, um distrito localizado em Jerusalém Oriental, na Palestina. As famílias que vivem ali são refugiadas, vítimas da limpeza étnica israelense, durante a expulsão de mais de 750 mil palestinos, em 1948, esse episódio é conhecido como Nakba. O título dessas propriedades deveriam ser entregues três anos após um acordo entre a Jordânia e a Organização das Nações Unidas (ONU), mas isso nunca aconteceu. Além disso, Israel ocupou Jerusalém Oriental, desde o fim da década de 60.
Recentemente, tribunais israelenses têm decidido pelo despejo forçado de famílias palestinas do distrito de Sheik Jarrah, o que é ilegal. Por isso, os palestinos têm ido às ruas para protestar pedindo o cancelamento da decisão de Israel.
“O intuito desse despejo é para que os colonos israelenses se mudem para essas casas e ajudem no processo da tomada de terra ilegal pela força e colonização de terra”, explicou Kais, destacando que ele e os palestinos que estão vivendo o conflito têm esperança. “…pelo dia em que poderão andar em suas terras sem temer, os que foram expulsos retornar e que possamos viver em um mundo melhor, mais humano e mais respeitoso”.
Ao falar sobre o conflito, Kais faz um apelo à Fronteira da Paz. “A expectativa é de que as pessoas voltem a olhar para nós, estamos vivendo em momentos obscuros onde a empatia e o respeito aos seres humanos devem vir de todos os lados. Pedimos ajuda e solidariedade da comunidade de Livramento e Rivera com a nossa causa. Defender o Estado da Palestina não é defender uma religião e sim seres humanos, precisamos de apoio das pessoas para que chegue nas mídias e que eles transmitam o que realmente ocorre”.
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