As ações asiáticas recuaram nesta sexta-feira, com a repressão antitruste da China pesando sobre as empresas de tecnologia, enquanto os futuros de ações dos EUA operam igualmente no negativo, após outro recorde em Wall Street durante a noite.
Hong Kong liderou as perdas na Ásia e um indicador do Morgan Stanley para a região da Ásia-Pacífico se dirigiu para sua primeira queda em três dias. Os reguladores chineses impuseram restrições abrangentes às divisões financeiras de 13 empresas, incluindo Tencent Holdings e a ByteDance , em um esforço cada vez maior para controlar os gigantes da indústria de tecnologia.
A divulgação do PMI da China também reduziu o apetite ao risco, apontando para uma expansão mais lenta da atividade. Os EUA relataram anteriormente um crescimento anualizado de 6,4% no primeiro trimestre.
O recém aberto mercado europeu opera com altas moderadas, enquanto nos EUA, os balanços divulgados na quinta-feira trouxeram um sentimento misto, já que incluíram decepções para Ford Motor e Twitter Inc. e ganhos para Facebook Inc. e Amazon.com Inc.
Já as preocupações com a escassez de chips limitaram parcialmente a escalada impulsionada pelos lucros da Apple Inc.
Os títulos do Tesouro e o dólar permaneceram estáveis, enquanto o rendimento dos títulos alemães pairam em torno do nível mais alto em mais de um ano.
Os mercados de ações podem estar prontos para uma pausa após um mês de bons ganhos. Os investidores estão buscando mais apoio para a recuperação dos EUA depois que o presidente Joe Biden revelou um pacote social de US $ 1,8 trilhão, além de seus planos de infraestrutura. E ainda não há sinais de que o Federal Reserve reveja sua política acomodatícia, com o presidente Jerome Powell reafirmando esta semana que está procurando mais progresso no mercado de trabalho e que as pressões inflacionárias são provavelmente temporárias.
Enquanto isso, o cobre ultrapassou US $ 10.000 por tonelada métrica pela primeira vez desde 2011, se aproximando do recorde daquele ano, à medida que a recuperação global avança e as minas lutam para acompanhar a demanda. O petróleo WTI opera em baixa, sendo negociado um pouco abaixo de US $ 65 o barril.
Por aqui, o Brasil ultrapassou ontem a marca de 400 mil mortos pela covid-19 com um patamar ainda alto de óbitos diários e índices de mobilidade crescentes, o que, para especialistas, aumenta o risco de o País ter uma terceira onda da pandemia antes de atingir a imunidade de rebanho pela vacinação. Com o registro de 1.678 novos registros de óbitos de ontem até as 13 horas desta quinta-feira, 29, o País já acumula 400.021 vítimas da doença.
Para cientistas especializados em epidemiologia e virologia, a reabertura precipitada das atividades econômicas antes de uma queda sustentada de casos, internações e mortes favorece que as taxas de transmissão voltem a crescer, com risco maior do surgimento de novas variantes de preocupação. Com isso, o intervalo entre a segunda e uma eventual terceira onda seria menor do que o observado entre o primeiro e o segundo picos.
Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul autorizaram nas últimas semanas a reabertura de serviços como bares, restaurantes e salões de beleza mesmo com taxas de ocupação hospitalar consideradas críticas (a partir de 80%). Segundo o último boletim do Observatório Covid-19, da Fiocruz, 21 unidades da federação têm taxa de ocupação igual ou superior a 80%. Em dez delas, o índice ultrapassa os 90%