Desde o dia 30 de novembro, Sant’Ana do Livramento deixou de contar com o trabalho de um médico veterinário junto ao Porto Seco. Isso porque o profissional, que desempenhava a função até o momento, se aposentou. Agora, todos os esforços estão concentrados em garantir que outra pessoa seja encaminhada para ocupar o cargo o mais rápido possível, pois a ausência do médico acarreta em diversos entraves e impacta diretamente na arrecadação do município.
Como explica o Gestor de Operações da concessionária responsável pelo Porto Seco de Livramento, Roberto Gomes. “Essa é uma demanda que a gente sabia que ia ter problemas há, pelo menos, três meses, então a gente tentou por vários meios conseguir um veterinário para Sant’Ana do Livramento e até agora não se realizou. […] A gente já teve que dizer para o cliente que Livramento não pode mais atender justamente por não ter veterinário na Fronteira. Então, já começou o problema de migração de clientes para outros lugares”.
O papel do veterinário é fiscalizar a entrada e a saída de cargas e produtos de origem animal e diversos gêneros alimentícios. A cada entrada e saída de mercadorias, o município arrecada valores importantes em impostos. Com a deficiência do Porto Seco santanense, alguns procedimentos estão sendo feitos por veterinários de cidades vizinhas, como Uruguaiana, por exemplo, e a documentação encaminhada de forma online. Entretanto, países como o Uruguai só autorizam a entrada ou a saída de determinados produtos com a documentação original impressa.
Além disso, importantes cargas podem deixar de passar pela cidade por conta da falta do profissional. Para que se possa ter uma ideia, o laboratório britânico AstraZeneca planeja enviar as doses da vacina contra a Covid-19, compradas pelo estado de São Paulo, através do porto de Montevidéu e, consequentemente, ingressariam pelo porto seco de Sant’Ana do Livramento rumo à capital paulista. Entretanto, esta operação está ameaçada pois é necessário o aval de um fiscal veterinário.
PROVIDÊNCIAS
O vereador Carlos Nilo (PROGRESSISTAS) protocolou um ofício solicitando à Secretária de Estado do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos, auxílio para definir a questão o mais rápido possível. Por sua vez, Ana Amélia disse que trataria a demanda com urgência por entender a importância do tema. Para isso, encaminhou o caso ao Secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Tollstadius e também aos responsáveis pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A expectativa é de que o órgão amplie os postos de fiscal veterinário em mais portos, facilitando a vinda de profissionais à fronteira. Em Santa Maria, por exemplo, três médicos veterinários desempenham a função no porto. A concessionária de Livramento entrou em contato com esses profissionais que, por sua vez, já manifestaram interesse em trabalhar no porto santanense, aguardam apenas a posição dos órgãos responsáveis.