Casos de estupro envolvendo menores preocupam santanenses

Em menos de quinze dias, Sant’Ana do Livramento registrou quatro casos de estupro, três envolvendo crianças e o outro tendo uma jovem que sofre de problemas mentais como vítima. No primeiro caso, a mãe de uma menina de 4 anos de idade procurou a polícia no último dia 24 para denunciar os abusos sofridos pela filha supostamente praticados por uma ex-babá e seu companheiro. Após o registro, a mãe da criança foi até a casa onde o casal morava e depredou o local.
Já na tarde de domingo (29), uma jovem, que sofre de distúrbios mentais, foi estuprada na região da antiga estação férrea, na área central da cidade. De acordo com as autoridades, esta é a terceira vez que a jovem é vítima de estupro e, desta vez, a Polícia Civil já está próxima de identificar o autor.
Ainda no domingo, à noite, a Brigada Militar foi acionada para comparecer até o pronto socorro da Santa Casa de Misericórdia, pois, segundo os médicos, uma menina, também de quatro anos de idade, deu entrada no hospital com características de estupro. A suspeita da família é de que o crime tenha sido cometido por um jovem de 17 anos, namorado de uma tia da criança. Entretanto, o avô da menina, que a levou ao hospital, ao ver os policiais, empreendeu fuga do local. O possível envolvimento do avô no crime está sendo apurado. O idoso acabou sendo capturado pouco tempo depois. O fato foi registrado e os dois suspeitos liberados. E, por fim, na terça-feira (1°), outro caso, desta vez envolvendo um menino de pouco mais de um ano de idade, foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
Quanto às investigações, a Delegada responsável, Giovana Muller, diz que não há muito o que falar, pois os processos correm em sigilo. Mas garante que todos estão recebendo a devida atenção e que, ainda não há presos porque não se tem provas concretas em nenhum dos casos. “Tem que ter cuidado, isso não significa que a gente não vá apurar. […] A prisão é só em flagrante, quando está cometendo o ato. […] Em caso de estupro dificilmente a gente tem os requisitos. Isso não tem a ver com descaso ou má prestação do serviço”, explicou. Ainda em sua fala, a Delegada destacou a importância de que os pais orientem os seus filhos para ficarem atentos aos riscos.
Nesta semana, o grupo Intersocial Feminista 8M Rivera-Livramento publicou uma nota pública cobrando mais celeridade na investigação desses casos de estupro. A nota, assinada por diversos coletivos e organizações, pedia também mais rigor nas punições aplicadas pelo judiciário em casos semelhantes. “É preciso que as instituições reafirmem e façam valer as leis e direitos já consagrados, que existem para a proteção de nossas mulheres e crianças”, pontuou o documento.