Mesmo com todos os desafios impostos pela pandemia do coronavírus, as agroindústrias de Sant’Ana do Livramento seguem produzindo, gerando empregos e principalmente movimentando a economia local. A chamada “indústria sem chaminés” emprega no município mais de 300 pessoas tratando-se de postos de trabalhos diretos, fora os indiretos, que também fazem parte desta cadeia produtiva.
O município conta hoje com 66 agroindústrias ativas registradas no Serviço de Inspeção Municipal produzindo desde embutidos a produtos como mel, queijos e produtos lácteos. Segundo o médico veterinário, Ariel Duarte Lima, chefe do SIM algumas empresas aproveitaram o período de pandemia e expandiram suas vendas buscando novos mercados. “Se nós formos olhar o mesmo período do ano passado de março para cá, tivemos empresas que aumentaram as suas vendas e a sua produção. Por exemplo, houve um aumento de 20% no abate de ovinos, tivemos um incremento na produção de embutidos e de charque também. Então, esses dados matemáticos comprovam que há uma evolução”, destaca.
Em se tratando de números para economia do município em dados, a venda direta dos produtos da agroindústria gera mais de R$ 50 milhões por ano, quando cada real investido representa a circulação de, pelo menos, 3 vezes mais, destaca Lima. “Podemos afirmar que essas empresas geram, seguramente, em torno de 150 milhões de reais no município. E, segundo a Confederação Nacional dos Municípios que diz que a cada R$ 500 mil, fica dentro do município R$30 mil reais, a gente pode ver a importância que tem essa cadeia da qual nós fazemos parte com o Serviço de Inspeção Municipal”
Segundo o técnico intencionista da EMATER, Jorge Torres, Livramento possui, hoje, 24 empresas registradas como agroindústrias familiares, que na sua essência são um pouco diferentes dos estabelecimentos enquadrados somente como agroindústrias. Na modalidade familiar todo o processo é feito dentro da empresa, ou seja, desde a criação dos animais, o bate, processamento, embalagem e comercialização.
Diante da necessidade de uma melhor divulgação dos produtos produzidos no município é que surgiu a ideia de criação de um selo que identificasse na prateleira para o consumidor a origem e procedência daquele alimento a ser adquirido. Pois é justamente esta a proposta apresentada pelo Rotary Clube Integração a criação do SELO PRODUTO LEGAL, conforme explica a médica Adriana Simões Pires integrante do Rotary. “Essa é uma demanda da comunidade que busca a valorização do produto legalizado que é aquele passar por uma inspeção e controle. Então, o PRODUTO LEGAL é um selo que nós criamos e agora estamos buscando apoio para poder distribuir para as empresas com o objetivo de que esses produtos possam ser identificados nas prateleiras. É um símbolo verde que logo estará sendo distribuído, aliado ao selo do Serviço de Inspeção Municipal” disse.
