O café é uma das bebidas mais consumidas no Brasil e tem adoradores por todo o mundo. Sempre quentinho, com um sabor sem igual e capaz de nos manter alertas, ele parece ser uma ótima pedida a qualquer momento.
Por muito tempo o café foi considerado vilão da saúde, porém, seus efeitos têm sido documentados em diversos estudos, revelando seu potencial benéfico em uma série de doenças como diabetes tipo II, asma, doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer, devido à sua composição que possui uma grande variedade de minerais como zinco, potássio e cobre, aminoácidos e vitamina B3.
A maior preocupação em relação ao café para crianças está associada à cafeína. Essa substância age como estimulante do sistema nervoso central e, quando consumida em excesso, pode desencadear reações de estresse e redução da absorção de alguns nutrientes como ferro e cálcio, o que pode interferir no crescimento da criança e afetar o seu desenvolvimento como um todo.
O consumo excessivo de café ainda reduz a fadiga aumentando os níveis de atividade dos pequenos e estimula a diurese, o que pode favorecer a redução na absorção de vitaminas e minerais. Outros efeitos relacionados ao elevado consumo de café são insônia, irritação, dores estomacais e agitação.
Permitir que o café faça parte da rotina alimentar das crianças ainda é controverso. Para alguns especialistas, a partir de dois anos de idade a criança pode tomar café em pequena quantidade e esporadicamente para que comece a se familiarizar. Porém, a maioria dos profissionais recomenda que o consumo se inicie em idade escolar, ou seja, a partir dos seis anos e preferencialmente na tradicional mistura de café com leite.
O café não deve ser oferecido no período noturno, para evitar picos de energia que eventualmente interfiram no sono e na disposição da criança.
A presença de cafeína não é exclusividade do café, já que é encontrada em diversos outros produtos como bebidas à base de cola e guaranás, chás, chocolates e até alguns medicamentos. Por esse motivo, é importante atentar-se ao consumo recorrente desses produtos para evitar efeitos deletérios.
Vamos reforçar que o problema da ingestão do café está no excesso. A criança pode tomar café e ficar mais alerta para estudar, por exemplo, porém a absorção de ferro pode ficar comprometida e pode levar à anemia se ingerido em grande quantidade.
Na dúvida, sempre consulte o pediatra da criança, pois com saúde não se brinca!
Dra. Valene Mota Teixeira – CRM/RS 38431
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