Ainda sobre o coronavírus
Estava eu, aqui, sozinha, em meu apê, onde mais eu poderia estar nestes tempos DO CÓLERA? Alguém leu este livro do Gabriel Garcia Marques? Fazendo quinhentas coisas ao mesmo tempo. Meu perfil “tranquilo” me leva a ser assim – heheheh. Bem, mas como eu dizia, estava corrigindo as matérias do jornal A Plateia, assistindo vídeos sobre Português, atendendo o whatsapp – que por vezes é ótimo, mas, em outras … grrr… – quando recebi um vídeo de algumas pessoas dançando com uma música alusiva ao Coronavírus. Até aí, nada demais. Afinal, vocês já se deram ao trabalho de contar quantos vídeos e comentários sobre esse minúsculo gigante vocês recebem por dia? Bueno, voltando ao que interessa … lembrei-me de anos atrás, quando morava na capital e vivia mais sozinha (e solitária) do que agora, neste momento, estou vivendo, embora as circunstâncias sejam outras. Pelo menos espero que esta seja mais rápida!!!
Sozinha – porque solitária é um estado de espírito e sozinha, muitas vezes é uma opção – ganhando pouco, morando na capital, onde até colocar a cabeça fora de casa já requer dinheiro, onde visitar o/a amigo/a (se é que se consegue) mais próximo/a precisa-se de bastante tempo, fui obrigada a procurar estratégias para dissipar a solidão, para não enlouquecer (não sei se consegui, hehehe), então comecei a dançar sozinha. Colocava no computador as músicas que mais gostava (não aquelas de cortar os pulsos, as mais alegres) e lá ia eu, mexendo o esqueleto, quanto mais dançava, quanto mais ouvia música, mais endorfina, serotonina – os químicos/biólogos que se pronunciem – produzia, mais alegria eu sentia. Porém, quando comentava com meus colegas de trabalho sobre minhas atividades de dançarina, eles me olhavam com um olhar do tipo: coitada, que infeliz! Ou: que idiota! Ou: que … ah sei lá o que aqueles olhares queriam dizer.
Contei tudo isso para dizer que agora, nos tempos do Coronavírus, voltei a dançar sozinha diante do computador, a falar com minhas flores e a falar comigo mesma. Afinal, tem companhia melhor que a nossa mesma? Pelo menos quando eu falo comigo mesma eu não me contradigo!!!!
Como todas as coisas têm dois lados, estou procurando tirar dessa situação o lado positivo.
Naturalmente, espero que esta situação seja passageira, porque minha sanidade mental vai aguentar até por ali.
P.S. No entanto, gostaria de mencionar que, às vezes, algumas pessoinhas muito queridas perdem um pouco de seu precioso tempo para conversar comigo. E isto, não só é gratificante como não tem preço.