Dados da Polícia Civil registram mais de um caso por dia nos últimos 11 meses
Sant’Ana do Livramento registra dados preocupantes relacionados à violência doméstica. A delegada Giovana Müller informou à reportagem que até o último dia do mês de novembro as ocorrências envolvendo violência doméstica ultrapassavam os 350 casos. Entre os delitos mais registrados estão: Delito de ameaça com mais de 145 casos; Delito de lesão corporal com mais de 100 casos; Delito de estupro sem números divulgados e Delitos de feminicídio sem número de casos para divulgação.
Além das ocorrências registradas, já foram submetidos em torno de 640 inquéritos policiais envolvendo casos de violência doméstica. Nesta semana, foi registrado um caso em que o companheiro mantinha sua mulher em cárcere privado.
O fato aconteceu em uma fazenda próxima à BR-293. A ocorrência chegou aos policiais via sala de rádio, quando foi informado que havia sons de tiros e que o agressor estava já dentro da residência mantendo sua esposa presa. Os policiais ao chegarem no local confirmaram a situação. Segundo informações preliminares passadas por vizinhos, a mulher tentou fugir de uma possível agressão, e durante a tentativa de fuga a vítima pegou um revolver calibre .38 que havia dentro da casa e efetuou 3 disparos contra o companheiro, ela acabou errando os tiros, o homem conseguiu retirar a arma dela e a arrastou pelos cabelos até dentro da casa, trancando-a em um quarto sob ameaça, encostando a arma em sua cabeça. No momento da chegada da Brigada Militar o homem se rendeu.
A delegada Giovana Müller destaca como podem ser feitas denúncias e onde procurar ajuda: “O registro de ocorrência envolvendo pedido de medida protetiva no âmbito da violência doméstica pode ser realizado, em horário comercial, na DP da Silveira Martins e fora desse horário na DPPA, na avenida João Goulart. O pedido será encaminhado ao Poder Judiciário, que decidirá acerca do afastamento do lar; não aproximação da ofendida; suspensão/restrição de posse/porte de arma; dentre outras medidas. A vítima também é orientada a procurar atendimento no Centro de Referência da Mulher, onde terá acompanhamento jurídico, psicológico e assistencial. Denúncias anônimas podem ser feitas através do número 197”, encerra a delegada.
João Victor Montoli
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