Casal que escolheu a Fronteira para desenvolver um projeto de vida vai torcer de forma diferente na final inédita da Copa América neste domingo
A final entre Brasil e Peru acontece no domingo (7), a partir das 17 horas (de Brasília), no Maracanã, no Rio. Um dia antes, Argentina e Chile disputam o terceiro lugar, às 16 horas, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Tendo vencido apenas uma das quatro partidas antes de chegar à semifinal, o Peru era coadjuvante para o que se desenhava como uma classificação fácil para o Chile — a La Roja vinha do bicampeonato e, desde o início, era dita como uma das favoritas ao título.
E qual seria a relação de um peruano, uma paulista e a fronteira do Brasil com o Uruguai? Pois foi justamente essa combinação que acabou resultando na criação da empresa Olivopampa que foi pioneira na produção de azeite de oliva na região.
Mas o que isso tem à ver com futebol e com a final da Copa América no próximo domingo? Tem tudo a ver. Porque além de produtores rurais, o casal também é apaixonado por futebol e a reportagem do Jornal A Plateia vai contar essa história.
Tudo começou no ano de 1992, quando o engenheiro agrônomo Humberto Rotondo Dall’Orso, saiu da cidade de Lima, no Peru, e veio embora para o Brasil para trabalhar e se estabeleceu na cidade de São Paulo. Ele conta que no inverno de 1997 acabou conhecendo a sua esposa Sibele Mantovani Rotondo. “Conheci ela, em um restaurante. Na verdade, foi uma coincidência e estamos casados até hoje. Mas, a relação com o futebol foi bastante engraçada. Quando conheci a família dela todos eram muito chegados ao São Paulo e eu tinha escolhido o Palmeiras para torcer. Em dia de jogo era aquela disputa”, lembra.
A vinda para a fronteira aconteceu no ano de 2008, quando o casal resolveu se dedicar à elaboração de um empreendimento agrícola familiar. “Naquela época, nós estávamos em dúvida, se a gente fazia com uva ou com oliveiras. No final, optamos por empreender com oliveiras e conseguimos comprar terras por intermédio de amigos. Depois de muitas pesquisas, nós vimos que Sant’Ana do Livramento possui um clima excelente e que possui também uma boa mão de obra”, contou.
Na questão de esporte ele lembra: “Quando chegamos aqui precisamos escolher um time, aí a Sibele foi para o Grêmio e eu fui para o Internacional e esses são os nossos dois times aqui. Em nível nacional, eu sou Palmeiras e ela São Paulo, e em nível de Peru torço pelo Alianza Lima que foi o berço do nosso grande jogador Paolo Guerrero e também do nosso goleiro Galesse”.
Para a final da Copa América, Fernando destaca que está com seu coração dividido, pois considera o Brasil e o Rio Grande também como a sua terra. “Estou vendo com muita emoção a nossa seleção crescendo, o futebol peruano evoluindo e adotando uma postura bem agressiva no campo, o que é uma coisa muito interessante. Mas o Brasil é um adversário muito difícil de ser batido com bons jogadores e bom futebol, um time praticamente imparável. E agora, estou naturalizado brasileiro e dividido, por um lado torço por um futebol bonito, mas o meu coração, também, pende para minha terra natal Peru. O que vencer vai ficar de bom tamanho. Já a minha senhora vai torcer pelo Brasil e vive dizendo que a seleção peruana é ruim e quando perdemos de 5×0, então, foi “aquela” gozação. Mas, fazer o que é o futebol é assim. Que vença o melhor” encerrou.