seg, 7 de outubro de 2024

Variedades Digital | 05 e 06.10.24

Clima quente e seco favorece colheita e qualidade dos grãos de verão no RS

Avanço significativo nas fases da cultura ocorreu devido ao tempo quente e seco – Foto: Divulgação/Emater-RS/Ascar

 

Milho
Avanço significativo nas fases da cultura ocorreu devido ao tempo quente e seco – Foto: Divulgação/Emater-RS/Ascar
Segue a colheita dos grãos de verão, com o milho alcançando quase metade (47%) da área cultivada, a soja tem 4%, o feijão 1ª safra, 78% da área já colhida e o arroz, 10%. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater-RS/Ascar, o avanço significativo desta fase das culturas ocorreu devido ao clima quente e seco.

A safra de milho está mais adiantada na parte Noroeste da metade Norte gaúcha, apresentando boa qualidade do produto, com baixa porcentagem de grãos quebrados e trincados. Nas regiões Serrana, Metropolitana e Sul, a colheita se inicia. Em todo o estado, o desenvolvimento do milho é considerado ótimo, com a produtividade registrando elevado rendimento, variável entre regiões. A produtividade ultrapassa 220 sacas por hectare no Alto da Serra do Botucaraí, por exemplo. No geral, 16% da área de milho está madura, 25% em enchimento de grãos, 6% em floração e 6% em germinação e desenvolvimento vegetativo.

Soja

Majoritariamente em enchimento de grãos (71%), a cultura da soja evolui para a maturação, com várias lavouras apresentando coloração amarelada das folhas e vagens com grãos formados. Nas regiões da Serra e Campos de Cima da Serra, há excelente carga de vagens, indicando perspectiva de ótimo rendimento. As demais fases são 4% das lavouras já colhidas, 11% estão maduros, 12% em floração e 2% em desenvolvimento vegetativo.

Em geral, a cultura da soja segue com bom desenvolvimento e potencial produtivo. As áreas colhidas nas regiões Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí apresentam variação de produtividade entre 50 e 70 sacas por hectare, de acordo com nível de fertilidade do solo. Na Fronteira Oeste e Campanha, a limitação até o momento para potencial produtivo diz respeito ao porte baixo e a falhas no estande (densidade de plantio) de algumas lavouras.

Feijão 1ª safra

Em áreas com feijão 1ª safra, a produtividade final da cultura está próxima de 30 sacas por hectare, considerada muito boa. Em lavouras mais tecnificadas, as produtividades ultrapassaram 40 sacas por hectare.

Em boa parte das zonas de produção o rendimento tem variado entre 1,2 e 1,5 tonelada por hectare. As demais fases da cultura são 2% em floração, 15% em enchimento de grãos e 5% maduras e por colher.

Feijão 2ª safra

O cultivo da safrinha avança no estado, com as lavouras registrando bom crescimento e desenvolvimento vegetativo devido à boa umidade do solo proporcionada por chuvas regulares, associadas à intensa radiação solar, a temperaturas elevadas, além da boa adubação. Essas condições proporcionam ótimo potencial produtivo.

Nas primeiras lavouras semeadas, são realizados os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura e controle de plantas invasoras. A recuperação da umidade do solo mantém a expectativa de boa colheita.

Para a safrinha ou segunda safra de feijão, a Emater-RS/Ascar aponta área de 19.520 hectares e produtividade média de 1.469 quilos por hectare, perfazendo previsão de produção de 28.673 toneladas.

Arroz

Arroz Irga 1
Semeadura foi escalonada em razão das condições do tempo no plantio – Foto: Eduardo Sechaus / Irga / Arquivo
No Rio Grande do Sul, o arroz está com 41% da área cultivada na fase de enchimento de grãos, 27% maduro e já 10% colhido. No Vale do Rio Pardo, a produtividade e a qualidade do grão são boas. O estado fitossanitário da cultura é bom, e o desenvolvimento é normal.

Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, a semana com alta insolação favoreceu a colheita do grão, que deve se estender pelas próximas semanas, já que a semeadura apresentou largo escalonamento em razão das condições climáticas na época do plantio. Produtores relatam que a produtividade tende a diminuir nas próximas lavouras colhidas, em função da ocorrência de noites frias e chuvas na época do florescimento das lavouras tardias.

Outras culturas

Aipim/mandioca – Na região Noroeste, a cultura apresenta bom desenvolvimento e sanidade; sendo realizado o controle de invasoras com capina manual. Nos municípios de produção comercial, os produtores continuam colhendo e negociando a produção do aipim. Os negócios com mandioca implantada na última safra melhoraram em relação a preços, estando em R$ 20/cx de 27 quilos em Nova Candelária.

O clima é favorável à cultura. As áreas cultivadas em agosto já apresentam colheita de produto novo sendo comercializado na feira e mercados. Em Alecrim está em processo final de legalização uma agroindústria de mandioca descascada, que pretende abastecer mercados do município e da região.

Oliveira – Na região Sul, a cultura da oliveira se encontra no período de frutificação e início de colheita.

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Primeiros frutos seguem para produção de conservas – Foto: Arquivo
As expectativas de produtividades estão dentro da normalidade, acima de 1.500 kg/ha. Os produtores estão otimistas tanto com a produção como com o rendimento. A colheita é realizada de forma manual. Neste primeiro momento, são colhidos frutos maiores, para a elaboração de azeitonas em conserva.

Erva-mate – A cultura está em pleno desenvolvimento nas áreas da Produção e Nordeste Gaúcho, com práticas de colheita, monitoramento de pragas (broca da erva-mate e ampola) e controle de invasoras (roçadas). Os preços têm variações de R$ 10 a R$ 15/arroba (15 quilos de folha verde) entregue na indústria, de acordo com o polo ervateiro e o padrão da matéria-prima.

No Vale do Rio Pardo e na Serra do Botucaraí, a erva-mate está sendo comercializada com preços em torno de R$ 12/arroba, posta na ervateira. Para o produto comercializado sem o serviço de colheita e transporte, o produtor recebe de R$ 7 a R$ 9/arroba. Alguns plantios novos são observados na região da Serra do Botucaraí (polo do Alto Taquari).

A erva-mate orgânica certificada é comercializada com valores em torno de R$ 18/arroba. Os principais municípios produtores dessas regiões são Fontoura Xavier, Itapuca, Venâncio Aires, Mato Leitão e São José do Herval.

Nogueira – Há grande expectativa de boa produção este ano nas áreas do Alto Uruguai. Soma-se a isso o fato de que, em 2018, foram implantados dez hectares, buscando aumentar a produção.

Pastagens e criações

As condições climáticas continuam propiciando umidade e temperatura favoráveis a um bom desenvolvimento e produção de massa verde das pastagens, no geral. Porém, em algumas áreas, as pastagens cultivadas de verão começam a diminuir a sua produção e a tornarem-se mais fibrosas, ficando menos nutritivas e menos palatáveis para os animais.

Pastagens vacas leiteiras
Rebanhos leiteiros mantêm bom nível de produção – Foto: Divulgação / Emater-RS / Arquivo
Beneficiados pelo suporte forrageiro oferecido pelas pastagens nativas e cultivadas, os rebanhos leiteiros vêm apresentando bom estado físico e sanitário e mantendo um bom nível de produção de leite. Como é comum nesta época do ano, o calor e a umidade favorecem a multiplicação e o contágio por parasitos externos e internos, o que exige cuidados, como o uso de medicamentos para o controle estratégico de verminoses e para o combate a parasitos externos, especialmente o carrapato que, além de causar parasitose, pode transmitir a tristeza parasitária.

Os rebanhos ovinos do RS continuam apresentando boa condição corporal, em consequência do bom suporte alimentar oferecido pelos campos. No manejo sanitário, destacam-se as atenções e cuidados para o controle de verminoses e parasitas externos, como miíases, sarna e piolho. O período de encarneiramento já começou em algumas propriedades e deverá se estender até abril.

Na região de Porto Alegre, os pescadores artesanais de cabo estão com as atividades paralisadas, mantendo-se apenas na captura e venda de iscas. Já a pesca embarcada consegue realizar a captura de algumas espécies e está sendo a responsável pela oferta de pescado. Na região de Santa Rosa, a retomada da pesca artesanal após o período de defeso manteve baixa captura durante todo o mês.

Postado por Matias Moura