qui, 10 de outubro de 2024

Variedades Digital | 05 e 06.10.24

Cidade em alerta: Uma pessoa estaria com suspeita de febre Chikungunya no município

Foto: Matias Moura/AP)

Nesta semana o anúncio de que uma pessoa estaria com suspeita do primeiro caso de febre Chikungunya no município assustou a população. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, conhecido popularmente como mosquito da dengue. Que a cidade está infestada com este inseto já é de conhecimento de todos, sendo inclusive tema de reportagem especial do Jornal A Plateia e TV A Plateia nas últimas semanas.
Segundo dados da vigilância ambiental já foram catalogados mais de 100 focos em diversos bairros do município o que coloca as autoridades e principalmente a população em alerta máximo quanto a eliminação de possíveis criadouros dess inseto que busca água parada e limpa para a procriação. Cada fêmea do mosquito aedes aegypti é capaz de colocar de 200 a 400 ovos que se transformam em larvas em pouco tempo e em alguns dias o temido mosquito já está na fase adulta. Ele possui um ciclo de vida de aproximadamente 45 dias e sua principal fonte de alimentação é o sangue, motivo esse que faz o mosquito ser tão temido pois é assim que ele estando infectado acaba passando o vírus para as pessoas.

Pessoa com suspeita de ter contraído febre Chikungunya

Febre Chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
Nesta semana o primeiro caso de suspeita da doença no município foi relatado pela chefe da vigilância ambiental a reportagem do Grupo A Plateia. Segundo Carmem Motta, a pessoa seria uma moradora do bairro industrial e confirmação desse possível caso vem nos próximos dias, quando o laboratório do Governo do Estado divulgará o resultado das amostras enviadas. “Nesta semana nós fizemos um teste rápido, que deu negativo, mas a confirmação vem do laboratório nos próximos dias”, destacou Carmem.

“Nós estamos aguardos pelos exames”

A reportagem do Jornal A Plateia conversou com exclusividade com o casal que está sobre, mas por questões de preservação a família não iremos divulgar seus nomes. O marido que é trabalhador da saúde, comentou que sua esposa começou a apresentar uma forte febre de 39 graus e dores por todo o corpo e assim que ele percebeu, sua mulher foi levada rapidamente para um hospital do município onde ela chegou a ficar internada. Alguns exames foram realizados e nada foi constatado inicialmente mas a febre e as dores não sessaram. Foi pedido então um exame especifico realizado por um laboratório da cidade e neste exame o resultado teria sido positivo para febre Chikungunya, posteriormente não satisfeito com o resultado o marido pediu mais dois exames de contraprova que deram negativo.
Após realizar todos os exames e ser medicada a mulher foi liberada e está em casa. Ela passa bem e não sente mais dores no corpo.
Agora todos estão no aguardo do resultado do laboratório de fronteira que foi encaminhado pela vigilância ambiental.

Pulverização e barreira na área “possivelmente” contaminada

Na terça-feira dia 19 de fevereiro uma equipe de agentes da vigilância ambiental se deslocou até o bairro industrial com equipamento especializado para realizar uma pulverização e uma barreira de contenção nas ruas Valdomiro Bassedas, Ademar Santos, Getúlio Vargas e Miguel Copatt, no bairro industrial onde a mulher teria sido infectada. Este é o procedimento normal ser realizado neste tipo de caso segundo normativa do ministério da saúde que exigie que a área seja higienizada para eliminação do foco do mosquito transmissão. “Nós realizamos nesta área um arrastão para eliminar qualquer tipo de foco ou criadouro que possa existir. No memento que o caso de suspeita foi constado a vigilância agiu rápido e seguindo o protocolo do mistério. Este trabalho de pulverização é realizado somente em caso de urgência e como foram coleta várias larvas no local e em vários quarteirões próximos para eliminação tanto dos mosquitos quanto das suas larvas” destacou o agente Claudio Silveira chefe de equipe da vigilância ambiental.

Sobe para 17 o número de casos de dengue no RS em 2019

Subiu para 17 o número de casos de dengue confirmados em 2019 no Rio Grande do Sul. O boletim do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), divulgado nesta quinta-feira (21), traz cinco novos casos – todos contraídos fora do Estado.
Do total de casos registrados, quatro são autóctones, ou seja, contraídos em território gaúcho – o que não ocorria desde dezembro de 2017. As contaminações ocorreram em Erval Seco e Marau, no Norte, e em Panambi e Cândido Godói, no Noroeste. Estado tem 321 municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Infestação do mosquito Aedes Aegyptipreocupa profissionais e poder público

O tema já está sendo discutido entre os dois Poderes e com os membros da Vigilância em Saúde do Município. Profissionais externos estão se agregando para colaborar no combate

Somente no mês de fevereiro já foram encontrados mais de 100 focos do mosquito no município(Foto: Matias Moura/AP)

Após, no início da semana, Sant’Ana do Livramento já ter a primeira suspeita de Chikungunya, o tema entrou na pauta de discussão nas rodas de conversa e no Poder Público da cidade. A doença parecida com a dengue, tem a sua transmissão pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Desde a semana passada o alerta da vigilância em saúde já havia sido realizado, a cidade está infestada pelo pernilongo. “É importante que cada um cuide do seu espaço, pois é difícil controlar uma cidade inteira com os agentes, pois são 43 mil imóveis”, disse Carmem Motta, coordenadora da Vigilância em Saúde.
A confirmação desse possível caso vem nos próximos dias, quando o laboratório do Governo do Estado divulgará o resultado das amostras enviadas. “Nessa foi feito um teste rápido, que deu negativo, mas a confirmação vem do laboratório nos próximos dias”, afirmou Carmem destacando que é necessário aguardar o relatório final.
O tema já está sendo debatido também junto com a população santanense. Nessa semana, durante o programa Boa Tarde Cidade, na RCC FM, o biólogo Márcio Rodrigues e o vereador Marco Monteiro (REDE), discutiram sobre o tema. Monteiro aprovou, recentemente, na Câmara de Vereadores, um anteprojeto de lei que que implementa a possibilidade da Prefeitura de Livramento limpar os terrenos baldios do Município.
A ideia, segundo o anteprojeto, seria que o Executivo cobrasse pelo serviço, após uma reclamação por escrito de qualquer contribuinte junto a Secretaria de Serviços Urbanos, fazendo com que os contribuintes mantenham os terrenos limpos e, se não o fizerem, que peguem pelo serviço. “O importante é que as pessoas tenham conscientização de realizar essa limpeza, afim de que o Poder Público não possa fazer mais essa interferência no terreno dela. Apesar de que o valor é bem mais alto, já que daria mais de mil reais uma limpeza em um terreno de 300 m². Hoje acredito que uma limpeza particular daria em torno de R$80. As pessoas vão passar a ter essa consciência”, disse.
A limpeza dos terrenos está diretamente ligada a proliferação dos mosquitos do tipo Aedes aegypti, pois, em locais onde acumula água parada, o número de criadouros aumenta. O anteprojeto é uma sugestão ao prefeito Ico Charopen, que deve, se quiser, mandar o projeto para ser reanalisado pela Câmara. De acordo com a ideia inicial, a fiscalização deve ser feita através dos fiscais da Secretaria de Serviços Urbanos.
Para o biólogo Márcio Rodrigues, para a infestação que Livramento já tem, a atenção tem que ser redobrada. “Estamos acompanhando uma situação que precisa da atenção maior da população. A Prefeitura de Livramento passa por dificuldades e isso é inegável, mas temos que nos preocupar com uma possível epidemia, pois as consequências são nefastas, levam à morte”, afirmou.
O vereador Monteiro nasceu em Recife e disse que na sua terra natal já conviveu com essas doenças há anos. “ Minha família já teve essas doenças e a minha preocupação aumenta ainda mais. Quando eu cheguei em Livramento começaram a falar sobre o assunto e eu já me mobilizei como pude, por ter essa vivência e saber que não é nada fácil combater esse mosquito”, contou.
Durante o debate na RCC FM, tanto o parlamentar quanto o biólogo destacaram a importância de se tomar atitudes urgentes quanto à prevenção, antes de se ter um caso em Livramento. “Nós precisamos ter a compreensão de que temos que, pelo menos, dobrar o número de funcionários, agentes que atuam nesse sentido. Temos que ter celeridade e multas para aqueles que não cuidam dos seus pátios”, destacou Márcio.
O tema também foi citado pelo presidente da Câmara de Vereadores nessa semana. Maurício Galo del Fabro (PSDB) confirmou à Reportagem que o Poder Legislativo está atento e preocupado com a causa.
O vereador Monteiro confirmou que o assunto está na pauta entre os dois Poderes também. “Inclusive eu falei com o prefeito pois, se houver uma epidemia, para onde nós vamos levar esse povo todo?”, questionou o parlamentar fazendo uma alusão com a atual situação da Santa Casa de Misericórdia, que passa por uma grave crise financeira.
Ainda na quinta-feira (21), Monteiro protocolou na Secretaria da Câmara Municipal uma nova proposta visando à criação de instrumentos jurídicos que possibilitem ao Poder Público maior agilidade no combate aos riscos iminentes representados pela presença do mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Através de anteprojeto que, caso aprovado pelo Legislativo, será encaminhado ao Executivo Municipal para a elaboração do necessário projeto de lei, Monteiro busca estabelecer o respaldo legal para que os agentes de saúde ou da vigilância sanitária possam entrar em imóveis fechados ou abandonados nos quais se verifique risco da presença de mosquitos.
O anteprojeto estabelece que, em caso de situação de iminente perigo à saúde pública, a Secretaria Municipal de Saúde, representada tanto pelo titular da pasta ou seu adjunto ou ainda pelo coordenador da Vigilância Sanitária, deverá determinar e executar as medidas necessárias para o controle da doença bem como para intensificar as ações preconizadas pelo Programa Nacional de Controle da Dengue e pelas próprias normas de saúde pública municipais. Essas medidas incluem, obviamente, a realização de visitas a imóveis públicos e particulares para eliminação do mosquito e de seus criadouros.