seg, 15 de setembro de 2025

Variedades Digital | 13 e 14.09.25

RS, Estado de vários países

Quando viajo sozinho de carro conservo a mania de zapear pelo dial do rádio. Enfatizo o termo “sozinho” porque deve ser muito chato andar pela estrada e ouvir “tudo pela metade”, ou seja, pequenos trechos de notícias, músicas e comerciais. Este troca-troca de emissoras permite conhecer, através do som, as tendências de uma região.
Geralmente viajo aos sábados, em destinos de ida e volta no mesmo dia. Já travei contato com emissoras muito bem humoradas usando sotaques e expressões únicas. Dialetos do alemão e italiano abundam quando vou de Porto Alegre a Arroio do Meio, no Vale do Taquari.
Sábado ouvi um programa cujo destaque eram as famosas bandinhas de baile em que cantores usam termos bizarros. Um dos destaques era o quadro em que um dos “âncoras” falava durante dois minutos em alemão num dialeto bizarro.
Ainda conheço um pouco da língua germânica pelas minhas raízes e pude “matar a charada” da expressão do desafio que, em alemão, significava “saia de baixo”. Uma peça de roupa feminina em desuso, mas bastante comum nos meus tempos de guri.
Noutra incursão pela BR-386 captei uma emissora da região de Guaporé onde o italiano prepondera e para mim foi impossível de compreender. O jeitão do locutor era muito divertido, misturando músicas e bordões. Esta riqueza de culturas que reúne diversas influências faz do RS um mosaico de heróis vindos de várias partes do mundo para construir a nossa civilização. Uma das festas mais interessantes nestes aspectos é a Fenadi, realizada em Ijuí.
Como assessor do ex-governador Germano Rigotto (2003-2006) conheci este e outros eventos. Gastronomia, danças, dialetos e curiosidades sobre cada cultura. Este é o segredo do sucesso da festa de Ijuí que nunca mais visitei, mas pretendo rever.
Por isso, na impossibilidade de conhecer todas as festas mantenho o hábito de zapear pelas emissoras de rádio, semelhante ao que faço ao assistir tevê, mas como uma riqueza de opções bem menor
Numa época em que a xenofobia cresce é importante constatar que vivemos em um Estado rico em diversidade. Admirar e valorizar a contribuição de inúmeros povos mesclados às nossas raízes gaúchas e brasileiras é sinal de inteligência, crescimento e união para superar problemas.

 

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

Vibe Local

Programação Especial em Homenagem ao Mês Tradicionalista

Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

Por Gilberto Jasper: MUDANÇA DE HÁBITOS

Jornalista/[email protected] Frequento o Litoral norte do Rio Grande do Sul desde a mais tenra idade. Meu avô, Bruno Kirst, tinha uma grande casa de madeira na praia de Tramandaí, outrora conhecida como “A Capital das Praias”. Era uma época heróica perto das facilidades de hoje. O imóvel – casarão de madeira com muitos quartos – ficava perto das dunas, paisagem