Auxiliar quem está passando pela situação da perda, ajudar a planejar o fim da vida e cuidar de quem está vivendo os últimos dias a encarar a própria extinção de uma maneira mais saudável é a função de uma doula da morte, que também ensina as pessoas ao redor a enfrentar o luto.
Enfermeira de formação e trabalhando na área desde 2004, Tatiana Barbieri sempre atuou em emergências e UTIs, onde os desfechos em especial a morte, geralmente não aconteciam de uma maneira digna, segundo seu ponto de vista. Foi então que a santanense, que hoje reside em Porto Alegre, resolveu se especializar em cuidados paliativos, passando a trazer o assunto “morte” para sua equipe de trabalho onde muitas trabalhavam com a questão da finitude, mas de uma forma muito tímida.
O termo doula geralmente é associado ao nascimento, quando uma profissional acompanha a gestante durante toda a gravidez e no momento do parto. Mas o processo da morte é muito antagônico ao morrer e também precisa de um acompanhamento.
“Esse é o meu papel como doula da morte. Acompanho pacientes no fim da vida e trago à tona questões muito pessoais, voltadas a suas vontades, atuando também com os familiares, especialmente agora com a pandemia do coronavírus, onde muitas pessoas perderam seus entes sem conseguir sequer se despedir, velar o corpo. Passei a organizar memoriais e homenagens on-line para consolar a dor dessas famílias.”
Questionada se houve algum momento que lhe marcou durante suas experiências, Tatiana diz que, em 2016, uma experiência a marcou muito. Foi a “doulagem” de um paciente oncológico, de 74 anos, que apesar de estar consciente da doença que tinha (câncer de pulmão), decidiu não receber mais nenhum tratamento e queria deixar a vida seguir seu curso natural. Ela afirma que foi difícil para a família bancar a vontade de uma pessoa que queria morrer.
“As pessoas precisam entender que falar de morte é falar sobre a vida, repensar e redimensionar como será a vida na ausência de alguém. O mais difícil, para mim, hoje é que a Tatiana de alguns meses atrás não existe mais, porque me tornei mãe há dois meses e tudo mudou. A Tatiana de antes não tinha medo de nada, mas agora tem um bebê totalmente dependente, e isso pesa um pouco. O medo não é da morte exatamente, mas de morrer. Morreu a mulher para nascer a mãe. É um novo ciclo, assim como a morte”, afirmou.


Trio é preso pela Patrulha Rural na Florentina com carne sem procedência
A Brigada Militar efetivou a prisão neste domingo de um trio suspeito de abigeato na região da Florentina. Segundo o Boletim de Ocorrência, registrado na DPPA , a Brigada Militar recebeu uma denúncia informando que duas motos escuras tipo Bros estariam se deslocando pela estrada da Madureira em direção da cidade com uma ovelha carneada. De posse dessas informações uma