qui, 1 de maio de 2025

Variedades Digital | 26 e 27.04.25

A DECEPÇÃO DO FIM DE SEMANA

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

Sou do tempo em que se fazia assinatura de revistas para garantir o exemplar da publicação preferida. Assim, evitava a decepção de chegar à banca – ou livraria – e não encontrar o que procurava mensalmente. As publicações esportivas eram as preferidas. Placar e Quatro Rodas eram garantia de leitura de qualidade com variedade. Durante décadas fui assinante, sem jamais atrasar uma parcela sequer.
Lembro-me dos cupons de assinaturas que eram encartados em outras revistas do Grupo Abril. Muitos amigos enviavam o pedido, que dispensava selo porque tinha o “porte pago” e recebiam dois ou três exemplares sem pagar nada. Só depois de alguns meses a editora parava de enviar as revistas ao detectar o “golpe” típico de adolescentes.
Em termos de jornalismo também assinei por muito tempo a revista Veja. Isso muito antes de tornar-se uma publicação voltada à difusão de teses ao invés de veicular notícias e conteúdos jornalísticos. Notícia/jornalismo demanda ponto e contraponto, aspectos a favor e contra para que o leitor faça o seu julgamento. Isso, porém, cedeu à manipulação barata de conteúdos. Diversos colegas jornalistas forjaram suas carreiras lendo a Veja, mas como eu, desistiram ao longo do caminho.
Fiquei mais exigente com as leituras e econômico nos gastos. Passei a comprar revistas esporadicamente. Confesso, porém, que continuo um leitor que não resiste àquelas livrarias amplas, coloridas e bem iluminadas, típicas de aeroporto e shoppings. Neste caso, quase sempre saio de lá com duas ou três revistas, um almanaque de palavras cruzadas (vício eterno!) e algum livro para dar de presente ou surpreender um amigo.
Recentemente fui comprar o presente de Dia das Mães e entrei numa livraria. Saí com um exemplar de Quatro Rodas e fiquei decepcionado, a começar pelo preço – R$ 18,00 –, pela edição magérrima e pela baixa qualidade do papel.
São tempos difíceis para publicações “em papel” para raros dinossauros como eu, mas tudo ficou muito pobre. O conteúdo ainda é bom com testes de veículos, comparativos e novidades que ainda não chegaram ao mercado. Mas em apenas um fim de semana devorei toda a revista. Quanta decepção!
Paciência! É mais um hábito ultrapassado, como este que vos digita. Gosto de ler, reler, rabiscar, sublinhar trechos das reportagens. Como nos velhos tempos!

Francisca Harden

No coração da segurança pública, uma mãe que inspira e protege dentro e fora de casa