Há um bom tempo, um buraco oferece risco para os moradores da rua Barão do Cerro Largo, no bairro do Registro. Mas, em um primeiro momento, como a situação é a mesma na grande maioria das ruas da cidade, essa informação pode não chamar tanto a atenção. Acontece que, desta vez, não se trata apenas de um buraco causado pelas más condições do piso, mas sim de uma tampa de um boeiro da rede de esgoto que cedeu e deixou uma cratera no meio da via. Para sinalizar, os moradores da área posicionaram a carcaça de uma máquina de lavar sobre o trecho.
Esta sinalização causa espanto aos condutores que passam pelo local e que, mesmo sem entender, desviam e evitam cair no buraco. Entretanto, antes da colocação da sinalização improvisada, outro motorista não teve a mesma sorte e, sem perceber, terminou com uma das rodas de seu automóvel trancada no buraco. Ainda segundo os moradores, a tampa está danificada, pelo menos, desde 2014 e diversos contatos já foram feitos para que o Departamento de Água e Esgoto (DAE) resolvesse a situação.
Por sua vez, o DAE informa que ainda não tem responsabilidade sobre a obra porque a construção da rede foi iniciada durante uma etapa das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Esse é um problema recorrente do DAE há dez anos. […] A história do PAC tem 14 anos. O PAC teve uma empresa contratada, depois teve um problema de ordem judicial e o PAC parou há oito anos”, comenta o Diretor de Planejamento e Estatística do DAE, Rafael Pinto.
Mesmo com a obra sem estar finalizada, a obra entrou em funcionamento, o que, segundo o Diretor, pode explicar o dano causado na rua Barão do Cerro Largo. “O povo, clandestinamente, sem a autorização do DAE, mas por uma questão de lógica, conectou na rede de esgoto porque é muito mais fácil. Se tu mora no alto, é mais fácil ainda e como essas redes não funcionam, elas levam a lugar nenhum, a não ser para a parte mais baixa, estoura na parte mais baixa”, observa.
Pinto informa que o problema já ocorre em, pelo menos, outros 40 pontos da cidade em diversos bairros. Entretanto, por não se tratar de uma obra do DAE, a autarquia não pode tomar nenhuma providência. Uma saída apontada pelo Diretor é que as pessoas entrem com uma denúncia no Ministério Público para que, desta forma, o órgão autorize que o reparo seja realizado.
Abaixo você confere mais imagens da situação:
Fotos: Marcelo Pinto/AP
