sex, 2 de maio de 2025

Variedades Digital | 26 e 27.04.25

O legado de Quintana será eterno

Foto: Marcelo Pinto/AP

Liliane Quintana faleceu nessa terça-feira (16) em Santa Maria, após 45 dias de seu acidente

O nome Liliane Quintana ou Soldado Quintana, durante 45 dias foi sinônimo de luta e força. Ela e seu colega, Soldado Trindade, sofreram um grave acidente no dia 2 de maio, quando estavam se deslocando até uma ocorrência, no momento em que passavam pela Caixa D’água do Wilson, a viatura perdeu o controle e bateu frontalmente contra um ônibus que estava em serviço. O lado onde Quintana estava foi o mais atingido. Com a força do impacto ela ficou presa às ferragens e perdeu muito sangue.

Mesmo com a rápida resposta do Corpo de Bombeiros para realizar o desencarceramento dos ocupantes, Quintana chegou debilitada na Santa Casa de Misericórdia. Foram horas e horas de incertezas, mais de sete horas após o acidente, o quadro de Liliane foi estabilizado. Alguns dias se passaram e seu ferimento na perna começou a dar sinais de inflamação, junto com médicos do Hospital da Brigada Militar, que se deslocaram até a cidade, foi decidido uma amputação parcial da perna direita de Quintana. Após o procedimento iniciou-se a recuperação. Os médicos optaram, então, por levar Liliane para Santa Maria, onde esteve internada até terça-feira (16). A militar chegou a sair da UTI do Hospital de Caridade, porém na madrugada de terça, teve complicações e acabou não resistindo.

A notícia chegou a Livramento com muita tristeza, pois sua batalha estava sendo acompanhada por diversos familiares, colegas de farda, amigos e demais santanenses em uma só corrente, de fé e de esperança na sua recuperação. Segundo a Brigada Militar, Quintana ingressou nas fileiras da Corporação no dia 12 de novembro de 2007. Ela sempre trabalhou na linha de frente, foi uma policial dedicada ao serviço e desempenhou sua função com êxito até o final. Amiga de todos os colegas, sempre com um sorriso no rosto que ficará eternizado na memória de todos que tiveram a honra de conviver com ela. Além de ser uma policial exemplar também foi uma mãe amorosa, esposa e zelava muito por sua família. “Sentimos profundamente a sua perda irreparável”, destaca o setor de comunicação do 2º RPMon.

Alguns familiares dedicaram um tempo para escrever algumas palavras sobre a perda. Juliane Quintana, sobrinha de Liliane escreveu o seguinte texto: “A dor é grande, o peito dói, as pernas e mãos tremem, as palavras não saem mais pela boca, a única coisa que sai são as lágrimas dos meu olhos. Tia, lutaste até o fim, mas Deus te quis perto dele. Infelizmente, o abraço que me prometeste irás ficar me devendo. O festão de boas-vindas não irá mais acontecer, isso tudo me entristece. Apenas agradeço cada momento que vivemos juntas, por todas risadas, até pelas cornetas dadas naquele teu timezinho. Obrigada por ter sido essa mulher/tia incrível. E tuas sementes, prometemos que iremos cuidar. A dor só o tempo irá aliviar, mas a saudade será eterna. Te amo pra sempre”.

Cristiano Cabreira, seu pai de religião também se manifestou: “Querida Lila Olurin, Poderia falar a tarde inteira de você, como pai, como amigo, como irmão, porque nós que tivemos o prazer de conviver contigo, sabíamos de sua força, garra, felicidade, fé e o quanto você tinha amor em nossa casa e na Matriz Africana. Mas, Oxalá é onipotente e sabe de nosso nascimento ao Aye e do nosso retorno ao Orun. Então, vá em paz, filha querida e que Oxalá conforte todos nós que estávamos torcendo e rezando por você, junto a minha goá quero agradecer aos demais religiosos que sempre colocaram ela em suas orações. Fico grato por sua forma de me tratar e que ainda sábado passado você pode dizer ‘te amo, paizinho!’, leve essa amor junto para sua nova morada, porque todos nós, família de santo, te adoramos e amamos, mas Oxalá quis que você fosse ajudá-lo a guerrear lá de cima. Que Ogum Onira te carrega junto à Yemanjá para te conduzir com muita paz. E nós, continuaremos aqui fazendo nossos rituais pensando na sua boa vontade e, principalmente, na sua espiritualidade, Um até breve Lila Olurin”.

Em seu enterro, todas as forças policiais e pessoas relacionadas à segurança em Livramento estiveram presentes. Major Silveira foi o porta-voz do Regimento neste triste momento: “É um momento em que estamos todos entristecidos, ela nos últimos dias estava apresentando uma boa melhora, mas Deus quis que Quintana fosse compor os exércitos dos céus. Gostaríamos de agradecer à comunidade santanense que abraçou a causa. Ela mostrou a força da mulher, Gaúcha e Brigadiana, e a soldado Quintana foi um exemplo disso, e nós que ficamos neste plano, temos o dever de honrarmos o seu nome. Agradecemos a todos mais uma vez”.

Na quinta-feira (18), foi o dia da policial feminina em homenagem a primeira mulher a ingressar na corporação, A Brigada Militar em suas redes sociais usou uma foto de Quintana para ilustrar o texto. Em Livramento foi decretado Luto Oficial de três dias em sua homenagem. Quintana deixa dois filhos, esposo e saudades eternas.
“Combati o bom combate, Acabei a carreira, guardei a fé”. – 2 Timóteo 4:7

TCE-RS realiza em Santa Maria encontro de orientação para 41 municípios

No próximo dia 8 de maio, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) realiza a 15ª edição dos Encontros Regionais de Controle e Orientação (ERCOs) na cidade de Santa Maria. O evento ocorrerá das 9h às 17h30, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, Camobi. A atividade orientativa objetiva esclarecer as competências do TCE-RS e orientar os gestores