O Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou, na manhã desta quinta-feira (21), uma operação com o objetivo de investigar advogados que teriam utilizado atestados médicos falsos para liberação de presos durante a pandemia de coronavírus.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em escritórios e residências de advogados, visando buscar documentos e mídias eletrônicas que possam comprovar a prática. Os mandados foram cumpridos em Porto Alegre, Campo Bom, Gravataí, Charqueadas e Alvorada. Segundo o MP, desde o início da pandemia, foi constatado pelos promotores que atestados médicos com indícios de falsidade vinham sendo apresentados por advogados para reivindicar a soltura de presos, especialmente nos processos da Comarca de Gravataí.
A cidade foi o ponto de partida da investigação.
“Em investigações preliminares, que envolveram inclusive contato com os médicos que supostamente teriam assinado os documentos, confirmamos que os atestados eram efetivamente falsos”, explica o promotor Roberto Taborda Masiero.
O passo seguinte, conforme o promotor, foi identificar os advogados que haviam usado os atestados em processos criminais. “A operação desta quinta-feira visa aprofundar as investigações para determinar a participação de outras pessoas na prática delituosa, especialmente a autoria das falsificações ou o modo como foram obtidos os atestados, uma vez que possuem diversas semelhanças, entre elas o nome do médico e a forma de confecção”, diz.