A virada do ano costuma vir acompanhada de expectativas elevadas: metas, promessas e planos de transformação. A ideia de “começar do zero” pode ser motivadora, mas também pode se tornar pesada quando essas expectativas não estão sustentadas por um planejamento realista.
Iniciar o ano com mais leveza passa por um movimento de autenticidade e autoconhecimento. Vale questionar o que realmente se quer e deseja, ou se determinados objetivos surgem apenas de pressões sociais ou familiares. Acolher os próprios erros, reconhecer limites e, quando necessário, buscar apoio terapêutico para lidar com medos e resistências internas são atitudes importantes nesse processo. Em vez de mudar tudo de uma vez, pode ser mais saudável criar um hábito simples de cada vez, focando no presente e no que é possível fazer agora. Assim, o impulso do Ano Novo se transforma em um processo de mudança genuíno e consistente, e não em mais uma lista de cobranças.
Para muitas pessoas, o início do ano se torna um período de cobrança silenciosa: é preciso estar feliz, motivado e produtivo. Do ponto de vista psicanalítico, talvez a leveza não esteja em fazer mais, mas em exigir menos de si. O Ano Novo não apaga o que veio antes. Levamos conosco nossas histórias, perdas, desejos e limites. Ignorar isso em nome de um ideal de felicidade pode produzir exatamente o efeito contrário: angústia, frustração e culpa. Começar o ano com leveza pode significar reconhecer quem se é agora, e não quem se “deveria” ser.
Também vale questionar metas rígidas. Em vez de listas longas de objetivos, pode ser mais saudável sustentar algumas perguntas:
- O que faz sentido para mim neste momento?
- Do que preciso abrir mão para viver com mais tranquilidade?
- O que quero preservar, e não mudar?
Começar o ano com leveza é trocar a pressa pela presença, a cobrança pelo cuidado e o ideal de perfeição pela coragem de ser quem se é. E, assim, as mudanças acontecem.
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Começar o ano com leveza é trocar a cobrança pelo cuidado e a pressa pela presença.
O artigo da psicóloga Carolina Zamberlan propõe um início de ano com menos exigências e mais autenticidade.
