Jornal A Plateia – Rádio RCC – Santana do Livramento

qua, 10 de dezembro de 2025

Risco de apagão: Câmara pressiona Prefeitura por obra da RGE

Impasse entre os poderes e a empresa de energia pode gerar problemas futuros na distribuição elétrica

O texto abaixo está em

O projeto da Rio Grande Energia (RGE) para instalar uma nova subestação em Sant’Ana do Livramento, avaliado em mais de R$ 50 milhões, segue em um impasse entre Legislativo e Executivo. Enquanto o presidente da Câmara, o vereador Felipe Torres, alerta para o risco de apagões caso a obra não avance, o secretário de Planejamento, Paulo Ecoten, defende que etapas técnicas foram ignoradas e que a prioridade deve ser proteger a população.

A posição da Câmara
Felipe Torres, Presidente do Legislativo, afirmou que a RGE já cumpriu com todas as exigências técnicas solicitadas pela Prefeitura, incluindo estudos de solo, impacto de vizinhança e ruídos. Segundo ele, a falta de liberação da certidão de zoneamento por parte da prefeitura, ameaça inviabilizar o investimento.
“Estamos correndo o risco de apagões em até seis meses se essa subestação não for construída. A RGE cumpriu todas as exigências e, mesmo assim, o Executivo não avança. É inacreditável perdermos um investimento desse porte por burocracia”, informou o presidente.

Torres também criticou a ausência da prefeita nas reuniões e acusou o Executivo de terceirizar responsabilidades ao sugerir que a empresa judicialize o caso.
“O município não pode abrir mão de um investimento que garante qualidade energética e desenvolvimento. A Câmara está disposta a aprovar projetos que tragam benefícios à cidade”, completou.

O contraponto do secretário de Planejamento
Já o secretário Paulo Ecoten rebateu as críticas e afirmou que o processo não pode atropelar etapas previstas no Plano Diretor, além de destacar que a segurança dos moradores da região é a questão mais importante da pauta. Ele destacou que a RGE iniciou o projeto sem apresentar estudo de viabilidade urbanística, requisito básico para qualquer empreendimento.
“Não estamos discutindo a necessidade da obra, mas o rito processual. A viabilidade urbanística não foi apresentada e etapas foram queimadas. Temos que salvaguardar a vida das pessoas em primeiro lugar”, afirmou.

Ecoten explicou que a área escolhida pela RGE, próxima à nova rodoviária, implicaria em linhas de transmissão sobre regiões densamente povoadas, como o Jardim Alvorada, onde está em andamento o loteamento Nova Alvorada com 109 casas do programa Minha Casa Minha Vida.
“Não posso liberar moradias com uma linha de transmissão passando por cima. Isso é incoerente e tecnicamente inviável”, reforçou.

O secretário disse ainda que a Prefeitura ofereceu alternativas, como terrenos no Distrito Industrial e ao lado da sede do Sest Senat, que reduziriam os riscos à população.
“Indicamos áreas mais seguras, com menos impacto urbano. O custo seria maior, mas é necessário. A preocupação da prefeita e da Secretaria é com as pessoas”, concluiu.

Conclusão
De um lado, a Câmara pressiona por rapidez diante do risco de colapso energético; de outro, o Executivo defende cautela e respeito às normas urbanísticas. O futuro do investimento segue indefinido, mas a discussão já mobiliza autoridades e inquieta os moradores santanenses, pois a sobrecarga na utilização de energia – principalmente nesta época do ano – é um fator que preocupa a comunidade em geral.

NO AR
Rádio RCC