Jornal A Plateia – Rádio RCC – Santana do Livramento

Por Gilberto Jasper: REALIDADE ESCAMOTEADA

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Existe uma espécie de “alívio” ilusório de gaúchos na comparação entre a segurança pública do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Na Cidade Maravilhosa há o extremo absurdo onde facções criminosas estão infiltradas na vida carioca, comprometendo o tecido social. Ao contrário do que a publicidade emanada do Palácio Piratini propaga, as duas principais organizações criminosas estão fortes no Estado.
Em várias cidades gaúchas já existe toque de recolher em comunidades vulneráveis. Sair à noite é arriscado, há horário para se recolher às residências. Há casos de empresários que tiveram estabelecimentos alvejados como forma de intimidação. Muitos abandonaram o Estado. Muitos receberam vídeos no whatsapp com imagens da rotina dos filhos, indo à escola ou ao trabalho. Um terror sem precedentes.
Se os principais indicadores da segurança pública estão no topo histórico de redução, o avanço das duas principais facções só cresce. O futuro torna-se ainda mais sombrio pela proximidade com as eleições de 2026. “Manos“ e “Bala na Cara”, seguindo a trajetória dos congêneres no centro do país, Norte e Nordeste, buscam a legitimidade das urnas para avançar seus tentáculos nas mais diversas comunidades. No interior do Rio Grande do Sul, a presença destes grupos assusta.
Se no Estado não temos massacres semelhantes à megaoperação realizada na semana passada no Rio de Janeiro, os casos de execução sumária se repetem em várias cidades, especialmente em Porto Alegre e na região metropolitana. Na quarta-feira, um homem de 25 anos foi executado com 12 tiros, no bairro Sarandi, na zona norte da Capital, em um posto de gasolina. Dois homens de uma moto foram vistos, mas ninguém foi preso.
A guerra promovida pelas facções tem origem na comercialização de drogas. Para expandir negócios, auferir aumento no faturamento e ocupar mais espaço nas comunidades, as facções investem em novos negócios. O mais recente, descoberto no centro do país, principalmente em São Paulo, liga um poderoso grupo criminoso a uma rede de postos de abastecimento de combustíveis.
Captar jovens, explorar serviços – como internet, luz, água, telefonia móvel – são artifícios poderosos e eficientes para espalhar terror. Inclusive no RS.
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