Em dezembro de 2014, a vida da professora Elaine Cristina Carrion Antunes, diretora da Escola Moysés Vianna, tomou um novo rumo. Ao realizar o autoexame, percebeu algo diferente na mama direita. No dia seguinte, procurou seu ginecologista, que indicou exames de imagem e, logo depois, uma biópsia. Em janeiro de 2015 veio a confirmação: câncer de mama.
“Na época foi um choque, porque eu tinha um filho de 20 anos e uma filha de apenas 8. A primeira reação é o medo, mas logo vem a vontade de lutar”, recorda.
Por indicação de colegas que já haviam enfrentado o mesmo diagnóstico, Elaine buscou atendimento no Núcleo de Mamas de um hospital em Porto Alegre, onde iniciou o tratamento. O prognóstico indicava a necessidade de cirurgia de retirada da mama, realizada em fevereiro de 2015, seguida de oito sessões de quimioterapia entre março e agosto, e 28 sessões de radioterapia em setembro do mesmo ano.
Foram meses de deslocamentos constantes até a capital, a cada 21 dias, sempre acompanhada pelo marido, que foi seu maior apoio. “Ele foi meu companheiro, enfermeiro, cozinheiro, motorista, cabeleireiro… esteve ao meu lado em tudo”, relembra emocionada.
Durante quase um ano, Elaine se afastou do trabalho para dedicar-se integralmente ao tratamento. O retorno às atividades veio acompanhado de uma nova etapa: a reconstrução mamária com prótese de silicone, símbolo de recomeço e autoconfiança.
Hoje, onze anos depois, ela celebra a vida com saúde e gratidão. Liberada pelos médicos e em acompanhamento regular, continua compartilhando sua história como forma de incentivo à prevenção e ao autocuidado.
“É fundamental conhecer o próprio corpo e procurar um médico diante de qualquer suspeita. O câncer de mama, quando diagnosticado cedo, tem 95% de chance de cura. Eu sou prova disso”, afirma.
Com 40 anos na época do diagnóstico, Elaine reconhece que a fé também foi um pilar essencial durante toda a jornada. “Deus é o médico dos médicos. Ele me sustentou em cada etapa. Hoje, entendo que a vida é um presente, e cada dia tem um novo brilho.”
Entre fé, amor e coragem, a diretora transformou uma luta em testemunho. Sua história ecoa o verdadeiro significado do Outubro Rosa: lembrar que prevenir é um ato de amor — consigo mesma e com a vida.
